Capítulo XXVI - Lágrimas no hospital
Jeitosinha entregou ao pai uma caneta e um pedaço de papel.
- Assine esta folha em branco...
- M-mas... Filha... Você sabe que eu não tenho nenhuma posse...
- Apenas assine!
Meio vacilante, Ambrósio escreveu seu nome no papel.
- Pronto. Estou livre agora?
- Sim... - disse a moça, sorrindo sarcasticamente - Tenha bons sonhos...
Jeitosinha foi para seu quarto e esperou pacientemente que todos voltassem para casa. A mãe, que sempre se envolvia nas actividades da Igreja, voltou de uma novena. Os irmãos foram chegando, um a um, se amontoando em volta da TV, como sempre faziam.
Normalmente Arlindo, mais arredio, preferia ficar lendo em algum canto da casa, até que todos se recolhessem. Era a hora em que finalmente tinha a sala só para ele, e ficava zapeando os canais de TV. No silêncio da madrugada, Jeitosinha aproximou-se de Arlindo, vestida como uma Diva do cinema. O longo vestido negro, que exibia seus ombros e expunha parte dos seios... a abertura lateral, por onde podia-se ver furtivamente a longa extensão de sua perna esquerda... O par de luvas cobrindo os braços até além do cotovelo... Tudo remetia a inesquecível Gilda.
Arlindo surpreendeu-se com a maturidade da beleza da irmã, que trazia num copo uma dose de uísque on the rocks.
- Sabe, irmão, às vezes a felicidade chega até nós por caminhos estranhos...
- O que você quer dizer? - espantou-se.
- Quero dizer que encontrei meu verdadeiro eu no bordel de Madame Mary. E devo isso a você.
Jeitosinha sorveu um gole generoso de uísque e ofereceu o copo ao irmão.
- Beba comigo. Vamos selar com esta dose de uísque a paz entre nós.
Arlindo pegou o copo com desconfiança. Mas a irmã acabara de provar da bebida, descartando a possibilidade de que ela estivesse envenenada.
Nervoso, ele bebeu todo o líquido do copo, devolvendo-o à loira. Jeitosinha pegou uma pedra de gelo e passou provocativamente no pescoço e nos seios. Depois, debruçou-se sobre Arlindo, alisou sua coxa direita e, tocando os lábios em seu ouvido esquerdo murmurou:
- Amanhã, irmão querido, todos nós começaremos uma vida nova...
A loira disse esta frase enigmática e se retirou. O cruel Arlindo chegou a pensar que sua irmã estava tão desequilibrada quanto o pai. Mas logo voltou a entreter-se com um filme barato de TV, antes de mergulhar em um sono profundo.
No hospital público, Adenaíra abria os olhos:
- B-bruno... Pensei que tinha sido um sonho.
- Estou aqui. Estou te esperando... - A frase brotou sem nenhuma convicção.
- M-me esperando? - Perguntou a nova irmã de Jeitosinha.
- Sim. Você precisa lutar. Precisa superar esta doença. Vou estar ao seu lado.
- Oh, Bruno! Você vai me dar uma chance?
- O tempo dirá. Por enquanto, prometo-lhe apenas minha atenção e minha amizade.
- Você não sabe como este simples fio de esperança me deixa feliz! - Disse a moça, já com uma certa luz no rosto pálido pela febre.
Na manhã seguinte, Arlindo acordou no mesmo sofá onde bebera com Jeitosinha. Mas estava cercado por policiais e algemado. No comando da operação, a detective Vanessa dirigiu-se a ele, mostrando no semblante a realização pelo dever cumprido.
- Você está preso.
- M-mas... Eu não fiz nada! - Espantou-se o rapaz - Qual a acusação?
- Assassinato!
- Não! - O grito de Arlindo ecoou pela sala. . .
Quem morreu? Você tem até domingo para juntar as peças e entender o plano de Jeitosinha! Não perca o próximo capítulo.
domingo, julho 10
A VERDADEIRA IDENTIDADE DE JEITOSINHA (autor desc.)
Posted by A.Mello-Alter at 7/10/2005 01:47:00 da tarde
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Senhor Don Mello o Senhor desculpe a minha ausência eu acabei de chegar do estrangeio de fora e não percebo muito bem o que se passa com a jeitosinha mas o Senhor Padre Amaro disse que me explicava com desenhos para eu perceber melhor logo à noite quando lhe for pôr a cama de lavado que eu compadre Senhor Don Mello sou uma paroquiana exemplar trato da igreja e da casa do meu pároco mas como eu dizia ao Senhor Don Mello eu estive no estrangeiro de fora em Aiómonte não não fui comprar caramelos não senhora eu ao compadre Senhor Don Mello conto tudo é que eu conheci uma senhora a Madame Gigi que não desfazendo no Senhor Don Mello é uma senhora de Lisboa muito fina e muito culta e também muito caridosa recolhe meninas abandonadas estrangeiras e tudo e dá-lhes cama mesa e roupa lavada e até lhes arranja companhia para elas não se sentirem sozinhas ora eu tenho uma vida apertadinha só com os erozitos que o meu Alfredo Corno traz para casa e espere aí um bocadinho Senhor Don Mello que eu vou mudar de folha
ResponderEliminardisse-me então a Madame Gigi que eu tinha que ir ao estrangeiro pelo menos umas 3 vezes por ano para bem daquela gente lá de fora é que eles tadinhos só comem coisas adolteradas cheias de químicos silicones e tintas e tudo rapado que é uma vergonha ora eu sou uma moçoila como deus quer corada do sol com pelos nos sítios certos e muito arejada e limpa sim que eu só me lavo por cima e por baixo no ribeiro aqui da aldeia e não uso aquelas indecencias que já vendem aqui na feira do último domingo do mês e que chamam de tanga o Senhor Don Mello desculpe a palavra mas já viu o cheiro caquilo deve ter enfiado no cu eu não uso nada porque à coisas que devem ser bem arejadas então Senhor Don Mello a Madame Gigi escreveu a uns amigos todos gente muito fina importante rica e temente a deus nosso senhor assim como igual ao Senhor Don Mello e esses senhores vêm-se encontrar comigo para eu lhes fazer a caridade eu não peço nada mas eles oferecem-me dinheiro e muitas prendas e eu aceito espere aí compadre que eu tenho
ResponderEliminara letra gorda mas dizia eu que aceito para não fazer desfeita que eu sou pessoa bem inducada que sou e também aceito como aceito os santinhos que o nosso Padre Amaro me dá e foi isto que eu fui fazer a Aiómonte mas veja lá o Senhor Don Mello que até já vêm senhores de Uelva e Sevilha e até de Bracelona claro que o mê Alfredo Corno pensa que eu vou dar catequese e cursos de cristandade aqueles mouros órquechopes é como lhes chama o nosso Padre Amaro e truxe bom dinheirinho até dá para comprar um carrito ao Senhor padre que não o quero ver á noite quando lhe vou fazer a cama tão cansadito da biciqueleta também truxe caramelos e torrões para o Senhor Don Mello que lhe envio pela camineta que chega aí amanhã ao meio dia mais coisa menos coisa e por hoje é tudo Senhor Don Mello e arreceba um forte abraço desta sua criada e que sassina
ResponderEliminarParvinha da Silva
Há, já me adesquecia, eu vou ler a Jeitosinha toda de tráz para a frente, mas peçole, Senhor Don Mello, para fazer as cousas pelo melhor para que a história Jeitosinha acabe bem.
Arreceba mais um paçoubem
Parvinha da Silva