sexta-feira, julho 1

MEMÓRIA

01/07/04 - NÃO NOS PODEMOS CALAR
Eles vêem de mansinho, vão tomando conta de tudo, vão-se infiltrando e, quando menos esperarmos, temos os quartos e casas de banho de São Bento esparramados nas páginas das revistas d’El Coracón.
Um destes dias, acordamos e temos a residência oficial do primeiro-ministro, infestada de “galinhas” do Jet 7.

"Na primeira noite
Eles aproximam-se
E colhem uma Flor
Do nosso jardim
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
Já não se escondem:
Pisam as flores
Matam o nosso cão,
E não dizemos nada.

Até que um dia
O mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada."

(Eduardo Alves da Costa)

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