sábado, maio 31

Memória do Crónicas (31/05/05)

O PAI DO MONSTRO
Miguel Cadilhe, o ministro das Finanças de Cavaco Silva, acusa o ex-primeiro-ministro de ser o principal responsável pelo Novo Sistema Retributivo da Função Pública, que conduziu ao enorme aumento da massa salarial dos funcionários no início dos anos 90 e que representa hoje 15% do PIB, sendo a terceira administração pública mais cara da União Europeia.
Diz Cadilhe: «Os trabalhos preparatórios do novo sistema retributivo da função pública (...) correram sob a responsabilidade directa de Cavaco Silva, como ele próprio afirma na sua ‘Autobiografia Política’», e recorda que, no Conselho de Ministros de 1989 em que foi aprovado o novo sistema, apresentou as suas preocupações e procurou sujeitar a sua aplicação à redução de outras despesas e à melhoria da produtividade. Contudo, o Governo não deu a devida continuidade a estas restrições e isso «teve efeitos avassaladores» sobre as despesas correntes do Estado.
Sublinha que tentou contrabalançar o novo sistema nomeadamente com a introdução de auditorias externas aos serviços, mas Cavaco desistiria delas, confessa Cadilhe, «nem sei bem porquê».
O ex-ministro conclui: «Admito que a resistência dos burocratas se tenha aliado às conveniências eleitorais e anti-reformistas dos políticos».

Na hora de votar, é preciso estar informado…

Comentário
Cavaco Silva é o principal responsável político pela tragédia que foi a má utilização dos dinheiros da C. E. E. e pelo rumo descontrolado que imprimiu ao País, que o levou ao estado miserável em que actualmente se encontra. Já foi uma vez politicamente julgado por tudo isto. Agora quererá um segundo julgamento?!
Como intriguista político, só seria relevante caso tivéssemos continuado a ser governados pela coligação da «Tanga» (e pelo Governo que ia nu).
Como governante, talvez ainda fosse utilizável numa Secretaria de Estado de carácter técnico. Como político é uma memória a esvaír-se de um passado triste, que só nos envergonha. Mas como estadista, então, é uma absoluta nulidade!
Ao que chegámos, para ainda haver quem queira ressuscitá-lo como presidenciável...
Posted by A. Castanho to Crónica do Planalto at 6/2/2005 07:44:49 PM

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