sábado, junho 18

QUE TIPO DE ESTADO…?

Na madrugada do 25 de Abril, Salgueiro Maia, em discurso aos seus soldados, dizia: “Há três tipos de estados. O estado capitalista, o estado comunista e o estado a que isto chegou”.
Eu não sei avaliar da “justeza” da greve dos professores. Não sei, nem quero fazê-lo.
O que eu sei, é que o Direito à Greve, está consagrado na nossa Constituição, disso não me restam dúvidas.
Sinto-me muito desconfortável, ao ver um Governo Socialista, ameaçar marcar falta “injustificada” a quem exerce um Direito Constitucional.
Por este andar, nós, que temos opinião e não nos coibimos de a expressar, ainda corremos o risco de ter um dia o S.I.S à nossa porta, a pedir-nos contas.

1 comentário:

  1. Que exagero...

    É preciso humildade e reconhecer que:

    1) o "direito à greve" dos funcionários públicos, professores incluídos, é inquestionável, mas tem que ser exercida noutros moldes, porque acarreta deveres morais elevadíssimos, que estão a ser continuadamente ignorados: nestas greves, o interesse público é DUPLAMENTE prejudicado - no Estado, como "patrão", e nos utentes -, ao contrário das greves no Sector privado, que em primeiro lugar prejudicam a Entidade Patronal; não nos iludamos, portanto: a forma de luta "greve" é honrosa e digna, mas foi gerada num tempo em que não havia Sector Público nas economias e, posteriormente, apropriada sem quaisquer escrúpulos pelos funcionários públicos, que não cuidaram nunca de ressalvar as óbvias diferenças MORAIS da sua utilização (vejam-se os escândalos grosseiros das greves dos maquinistas da CP, dos Médicos do Estado, da CARRIS, dos pilotos da TAP, etc. - tudo classes claramente PRIVILEGIADAS -, enquanto a maioria dos trabalhadores de empresas privadas sofre, até à miséria e ao desemprego, as consequências da crise económica);

    2) O estado da Educação em Portugal é vergonhoso, dramático mesmo, mas não só, nem principalmente, da responsabilidade dos Profs: talvez valha a pena recordar que o P.S.D. tutelou, ininterruptamente, esta Pasta Ministerial entre 1980 e 1995 (sim, dezesseis anos seguidos!) o que, somando aos últimos três, dá um inacreditável total de dezanove anos nos últimos vinte e cinco!!!

    3) Afrontar desta maneira um Governo de Esquerda, por parte dos professores, polícias e funcionários públicos em geral, Governo este com uma margem de manobra reconhecidamente tão reduzida, faz-me lembrar as "mães de Santiago" no tempo de Allende: daqui a uns anos estarão a lamentar terem provocado mais uma aventura direitista, previsivelmente com os mesmos resultados da "coligação da tanga". E levar isto, de uma vez por todas, para a frente, ficará para quando? Desculpai, mas eu não tenho filhos, não estou para esperar mais!

    ResponderEliminar