OFÍCIO DE AMOR E SANGUE
(Para Federico García Lorca)
Guardavas alguns segredos, ninhos de pássaros novos
Sabias alguns caminhos que levam calor à terra
Mas o fogo levou brisas, foi-se o perfume das chuvas
Guardas quebraram guitarras, lacraus lamberam feridas
Se no alto da Giralda, crescesse uma rosa azul
Cantarias, outra vez, amêndoas, luas, areias
Figueiras, pássaros, peixes, tanques, cavalos e búzios
Espectros na sombra dos muros ou escondidos nas ameias
Granada, Sevilha, Córdova, - um labirinto de sangue -
Olivais de Andaluzia, águas do Guadalquivir
Ciganos, bandeiras brancas, suspensas no laranjal
Borboletas apresadas, no meio do temporal
Vamos cantar, cavaleiro, a noite de quatro luas
Já adormecem os ramos, entre o verde que te quero
Recolheram os perfumes as papoilas andaluzas
Vamos cantar, Federico, o dia dos quatro sóis
A luz surpreende a cal. A argila perturba os vales
A água está de ouro, ainda, a caminho de Sevilha
(Firmino Mendes)
domingo, junho 5
PALAVRAS DOS OUTROS
Posted by A.Mello-Alter at 6/05/2005 01:27:00 da tarde
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