terça-feira, junho 16

Tá bem, mas…


Foi muito boa a ideia de demolir a ruína da casa á esquina da Rua Cândido dos Reis com a Rua da Praça. (eu ainda me lembro do Largo da Praça com o seu ex libris; a tia Margarida Bronze, de braços cruzados, encostada á ombreira da porta, a informar quem estava, quem tinha ido á fonte ou á ribeira).

Mas, santo deus, porquê esta falta de gosto? Aquela parede atrás dos bancos! As pedras da casa ao lado a saírem da parede! A fonte tão diferente da pedra de granito ao lado! E porque não ocupar o espaço com uma arvore?

O espaço não foi pensado pelo arquitecto da Câmara? Ou pelo menos por alguém com sentido estético?

Senhores candidatos ás próximas autárquicas, é preciso fazer melhor.

Ou então, fiquem em casa.

11 comentários:

  1. Caro A. M.-Alter,

    em primeiro lugar, parabéns pela oportunidade deste Artigo e pelas fotografias.

    Sendo eu um "quase-sedense", por ascendência parental, interessa-me muito este tipo de assuntos, que muitas vezes ficam esquecidos face a outros mais "apelativos", mas quanto a mim muito menos importantes.

    Acho até que há um grande défice de discussão e de atenção (e até carinho) pelo ordenamento urbano da Vila de Seda, que no seu conjunto tem um valor patrimonial relevante, em termos de arquitectura popular, que nos toca directamente a todos, especialistas da matéria ou não, e que temos a obrigação de preservar.

    Para mim então, que trabalho em Planeamento Urbano já há mais de duas décadas, este assunto interssa-me duplamente, tanto que tento acompanhar o mais de perto possível a revisão, em curso, do P. D. M. de Alter do Chão, onde a maior fatia do que é determinante neste aspecto ficará decidido.

    Quanto a este caso concreto, e sendo pelos vistos inviável respeitar a traça original deste local (solução que eu preferiria), segundo creio por imperativos óbvios de segurança, o resultado da intervenção efectuada, podendo merecer alguns reparos de pormenor (alguns explicitados no teu Artigo), nem me parece nada mal.

    Gosto do pavimento (o qual, quanto a mim, deveria rapidamente ser expandido a toda a parte histórica da Vila, tal como era nos meus tempos de criança, em substituição do actual betuminoso, nada histórico e urbano, antes demasiado "rodoviário"), acho bem a colocação dos bancos, elementos muito tradicionais e ligados à nossa cultura, apreciei os previdentes pilaretes, para resguardar o local do estacionamento abusivo, e penso que, eventualmente, uma árvore (laranjeira decorativa?) também não ficaria mal.

    Quanto à parede descascada, é óbvio que carece de uma "caiadela", após o adequado tratamento primário, mas isso é apenas manutenção, não altera a solução implementada, e quanto ao fontenário, enfim, apesar de tudo é melhor estar lá assim e funcionar bem, do que não estar, acho eu.

    Quanto à estética do conjunto, pois sendo um assunto algo subjectivo, parece-me que, mais do que apontar o dedo aos técnicos municipais, se devia era discutir uma metodologia diferente para este tipo de decisões, mais participativa, envolvendo mais as populações e os eleitos locais.


    Sem descurar, obviamente, as questões financeiras (que tantas vezes são condicionantes das boas soluções técnicas, ou estéticas), até porque nem sempre o mais caro é o mais adequado, no sentido de mais APRECIADO por quem depois utiliza e disfruta dos melhoramentos.

    Muito mais haveria a dizer, mas falar demais na "net" torna-se maçador (e eu peço desculpa se já o estou a ser).

    Sem querer melindrar-te, apenas não queria deixar passar sem correcção o que suponho seja um lapso da tua memória: as ruas da esquina em causa são a 5 de Outubro e a da Amoreira, se não estou em erro, e não as que indicas.

    Já agora, e antes que seja tarde, lanço um tema muito semelhante para discussão: devem ou NÃO as nossas queridas e famosas "Esquinas" ser mutiladas, com a demolição da casa da Família Barradas, mesmo ao lado do café "Candeeirinho", como julgo ser pretensão da Câmara (muito embora até possa compreender os estimáveis motivos de ordem "prática" invocados)?

    Será que deveremos sacrificar tudo ao altar do "Progresso"? Não farão as "Esquinas", entre outras coisas, parte do núcleo mais valioso do património urbano edificado e até da memória colectiva da urbe sedense?...


    Marçal António Alves.

    ResponderEliminar
  2. Caro Amigo
    Antes de mais obrigado pela tua correcção. Tens razão em parte. Trata-se da esquina entre as ruas 5 de Outubro e da Praça.
    Concordo com tudo o que dizes, mas podemos sempre pedir melhor. A estética devia se tomada em conta.
    As ruas eram muito mais bonitas no tempo da nossa juventude, mas é inviável limpar todo o alcatrão.
    Estou disposto a encetar um movimento para repôr as Escadinhas do Adro tal como eram.
    Vou editar a parte do teu coment referente Ás Esquinas.

    ResponderEliminar
  3. O que estava em causa, há muitos anos, naquele local era a segurança das pessoas, dado o avançado estado de degradação das paredes da casa que foi demolida.
    O arranjo e o embelezamento do espaço, agora desocupado, deverá ser devidamenteo enquadrado numa zona onde se supõe ter existido o pelourinho do antigo concelho e se iniciam as escadinhas do Ribeirinho, entretanto, segundo consta tambem a carecerem de reabilitação.

    ResponderEliminar
  4. Concordo plenamente com o comentário de Marçal António Alves e acrescento que fiquei satisfeito pela substitução dos bancos em frente á antiga cooperativa. Os mais idosos agradecem pese embora já tenha ouvido elogios de alguns em relação ao alcatrão, porque supostamente facilita a deslocação a pé dos mesmos. Penso que os "paralelos" ( termo que se utiliza em Seda) são o mais apropriado. Em relação ás escadinhas do Adro desconheço o que seja e fiquei curioso.

    ResponderEliminar
  5. Pois bem, eu até acho que os "paralelos" ficaram lá (e que bem colocados que eles estavam, certinhos e bem agarrados uns aos outros, tomaram muitas "calçadas à portuguesa" das nossas Cidades de hoje...), debaixo do betuminoso!


    Mas desconheço se podem ser "salvos" apenas com uma escarificação da camada de alcatrão. O facto é que o próprio valor turístico e patrimonial da Vila seria outro, já para não falar apenas da nossa memória colectiva.


    Admito, porém, que seja um tema a discutir serenamente e fora das pressões das épocas eleitorais.


    Quanto ao Pelourinho, bem, se foi mesmo esse o local onde ele esteve, por que não mandar fazer um azulejo evocativo, com base numa boa fotografia do Pelourinho, e colocá-lo numa das paredes agora visíveis (depois de reparadas...), com uma pequena nota histórica e explicativa?


    Quanto às Escadinhas do Ribeirinho, pena foi terem-nas desfigurado com a obra recente que lá houve. Terão hipóteses de recuperação? Pois, e a que preço? Se à primeira investida estragaram, também ninguém nos garante que à segunda não iriam escavacar ainda mais, naõ e?...


    Já quanto às Escadinhas do Adro, uma recuperação também desejável, sugiro uma solução mista, com uma pequena faixa de rampa, num dos lados ou ao meio, por causa do acesso a veículos e também das pessoas com mobilidade reduzida (sobretudo, neste caso, os idosos, mas obviamente não só).


    Há muito a fazer em Seda, neste domínio do Património Histórico (para além do que tem sido feito, claro...)!

    ResponderEliminar
  6. Caros Amigos
    Todos deram ideias a ter em conta, foi esse o objectivo do meu post.
    Só não estou de acordo com o deixar passar o periodo eleitoral. Antes pelo contrário, pressionemos os candidatos a assumir as suas ideias.

    ResponderEliminar
  7. Temos que assumir este tipo de sugestão como uma ajuda aos candidatos.

    ResponderEliminar
  8. É uma ajuda mesmo.
    Como imaginas, eu e o blog talvez também, quando chegar a altura, vou apoiar um candidato. E será aquele que ache dê mais garantias de fazer o melhor pela terra.

    ResponderEliminar
  9. E quanto à toponímica?
    Se o ex-presidente da Câmara Municipal de Alter tem direito ao seu canteirozinho em Chança... Uma cidadezinha-francesinha um canteirinho em Alter...
    O meu Bisavô, Soldado do Exército Português na I Guerra Mundial e grande homem desta terra também merece pelo menos a honra de um beco dos bons.
    Então cá vai:

    BECO do FEITOR

    Angelo Silveira Pereira

    ResponderEliminar
  10. Caro Angelo,obrigado pelo teu contributo.
    Da topnímia iremos falar mais adiante. É este o dever deste espaço, abrir-se ao contributo,(opinião), de todos.
    Manda mais achegas.

    ResponderEliminar