segunda-feira, abril 21

Eu, pecador me confesso. Menti! Quando anunciei recolher-me cedo a Vale de Lençóis, pensava cumprir. Não o fiz devido ao divertimento no Magalhães Pessoa. Assim, lá tive que ver o Benfica, e esperar que “o céu não me caísse na cabeça”. O jogo foi o esperado. Uma vitória fácil do Porto. Honra aos vencidos!

Como uma desgraça nunca vem só, ontem também fui humilhantemente despedido do Rosamármore. Sem direito a pré-aviso, o sr. Barbosa, depois de me atirar á cara a sua ilustríssima linhagem familiar, a julgar pelos nomes, apontou-me a porta da rua. Muito triste…

Ficou-me no entanto o consolo de provar a mim mesmo, que apesar da minha provecta idade, ainda tenho capacidade intelectual para meter facilmente no bolso, um ilustríssimo representante da burguesia portuense, (talvez nobreza). Mas esta história, prometo contá-la mais tarde.

(Ah! Que este meu triste despedimento não vos sirva de chacota. Por favor…)

4 comentários:

  1. não conheço os antecedentes, vou espreitar o blog em questão para ver se percebo, mas, garanto, será a última vez que lá vou. Conheço-te há muito, sei como és correcto e lúcido. Uma coisa também recusas ser: "poeta castrado" (como cantava o nosso Ary).

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  2. Caro Mello-Alter,

    Não sejamos melodramáticos. Não gostei daquela de pôr nomes de Alberto João, Lopes e Paulinho a cães, burros e cágados.

    Só evoquei os meus avós pelo facto de sempre se terem feito acompanhar de animais entre os quais um urso comprado em Singapura durante o seu exílio pelo Salazar. Exílio, prisão e tentativa de assassinato se conhece a história. No entanto, como lhe disse, nunca puseram o nome de Salazar a nenhum dos animais.
    Isto não tem nada a ver com elitismos. Sou descendente de índios e logo tenho este temperamento. Se exagerei, admito que sim, não foi no sentido de o malquerer e muito menos humilhar, até porque tal seria uma impossibilidade intelectual. Se se sentiu ofendido, peço-lhe desculpa, não era minha intenção.

    Conhecei pessoalmente o Ary através do seu amigo e meu tio João da Câmara Leme que era militante do PCP. Tive a PIDE em casa com 6 anos de idade e ainda me lembro. Como tal, em matéria de castrações não colhe. Em matéria de poesia diz-me muito.
    Quanto á sua provecta idade, não me acredito.

    Cumprimentos.

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  3. Caro José M. Barbosa
    Eu não sou melodramático, regra geral. Gosto é das coisas muito claras.
    Não me considero mais inteligente que ninguém, mas não aceito ser intelectualmente avaliado por quem não me conhece. Você afinal ofende-me não pelo “tal vídeo”, que reconheço poder ser de gosto duvidoso, mas pelo texto dos animais, (censura política?). Que não era mais que um exercício de liberdade literária, nem está assinado por mim. Foi escrito em tom de brincadeira, como é evidente.
    Você cometeu um erro. Convidar para escrever no seu blog alguém, sem se certificar primeiro das suas opções políticas. Eu fui muito mais correcto, expus-me no primeiro post “O Gajo Novo”, e mantive a palavra de me sentir “desconvidado” assim que você o entendesse. Mesmo quando você, depois de me expulsar on line, indigno, não me deu o direito de resposta, apagou o meu comentário, (eu nunca apaguei um comentário no me blog, em 4 anos)
    Quanto a invocações familiares, desculpe, mas achei engraçado. Eu não tenho familiares opositores a Salazar. Só um tio que foi prezo pela PIDE durante a luta pelas oito horas de trabalho. Mas infelizmente não lhe ocorreu comprar ursos no estrangeiro. Nem podia, a PIDE ficou-lhe com o B I e só o recuperou após o 25 de Abril. Não podia sair do país.
    Desculpe não me poder desculpar. Mas não sinto ter feito nada que o justifique nem escrito nenhuma palavra que o desrespeitasse.
    Quanto á minha idade, tenho razão, já são 48 anos.
    Os meus respeitos

    PS: Desculpe, mas o meu texto que você cortou, tenciono editá-lo no Crónicas do Planalto.

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