Era uma vez um povo que renasceu numa alegre manhã de Abril.
E com A Canção, descobriu que era dono do seu próprio destino, não havia mais lugar para grilhetas e tutores.
E de Abril se fez Maio. E a festa foi linda. Uma festa de solidariedade pura e límpida.
E todas as utopias foram possíveis, o futuro ali, mesmo ao alcance das nossas mãos.
As vozes cantaram, e todos os poetas de boa vontade caminhavam na mesma direcção.
E veio Março da nossa maioridade e todo o país obedeceu ao seu povo.
E estávamos no Verão Quente, com o Glorioso PREC do nosso contentamento.
Mas a alegria não dura muito em casa dos pobres, e os vampiros estavam de volta.
Num triste dia de Novembro, um general cinzento que não sabia sorrir, vingou-se, e acabou com a festa…
Eu vim de longe, de muito longe
O que eu andei pr’aqui chegar.
Eu vou p’ra longe, p’ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos p’ra nos dar…
sexta-feira, novembro 25
FIM DA FESTA
Posted by A.Mello-Alter at 11/25/2005 02:06:00 da tarde
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Tás-te a passar, meu?
ResponderEliminarOnde está o teu discernimento? A História continua a não te dizer nada?
"Explodiram os défices, a dívida pública e a inflação. O consumo público, se impediu que Portugal sentisse de forma muito intensa o impacto das transformações do PREC, deu origem a uma economia desequilibrada."
Não concordo com o Artigo (mas muito menos ainda com o infeliz comentário...), a partir de Março!
ResponderEliminarMarço foi antes o início de uma perigosa desfocagem da vanguarda com o Povo e o Verão Quente uma grande bebedeira tresloucada, que só poderia mesmo acabar numa amarga ressaca em Novembro.
Felizmente que os comprimidos que o cinzento general nos deu para ela nos desanuviaram a mente bem depressa, sem contudo nos imporem a lei-seca, como queria na altura um coronel da Amadora armado em rambo de opereta.
E o mesmo cinzento general, médico da ressaca, continuou a ser a nossa melhor receita, tanto contra as bebedeiras, como contra a "lei-seca", no esquecido Dezembro que completará mais tarde o famoso Novembro!...
Pois é, meus amigos, a história é mais longa: a verdade é que o tal 25 de Novembro só terminou, finalmente, a 7 de Dezembro de 1980, com a derrota da "reacção" despoletada nesse 25/11/75 e que, com Sá Carneiro e Soares Carneiro, teria feito regredir tudo pelo menos ao 28... de Setembro (lembram-se do galarote Spínola e da sua "Maioria Silenciosa"?...)!
Sim, porque tal como o 25 de Abril de Sá Carneiro não era, seguramente, o mesmo do 1º de Maio, também o 25 de Novembro de Soares, Melo Antunes, Salgueiro Maia e... EANES não era, claramente, o que Jaime Neves, Sá Carneiro e Alpoim Calvão pretenderam que tivesse sido!
E essa batalha surda, crucial para a consolidação da Democracia portuguesa, só ficou finalmente decidida a 7/12/80, com a re-eleição de Eanes CONTRA A DIREITA!
Desculpem lá, mas alguém falou em História no comentário anterior...
Se quiserem aprofundar o assunto, e porque o teor do primeiro comentário é bem representativo e sintomático da ignorância atroz, em matéria de História Contemporânea, em que vive a maior parte da população portuguesa, vamos dar um seguimento lógico à cronologia poeticamente iniciada neste Artigo:
ResponderEliminar- 25 de Novembro de 75: reposição da legalidade democrática, face a uma perigosa e intangível "legalidade" revolucionária (fique claro que eu também me embebedo, às vezes até é saudável, agora fazer disso vida...);
7/12/80: derrota de Soares Carneiro e, com ele, da visão reaccionária (latente) do 25 de Novembro, que pretendia reduzir logo ali o 25 de Abril a uma mera alteração política pontual e super-estrutural, sem quaisquer consequências aos níveis económico e social (e cuja evolução deveria assim aproximar-se progressivamente do que teria normalmente acontecido SE NÃO TIVESSE EXISTIDO O 25 DE ABRIL!);
- 1982: extinção do Conselho da Revolução e normalização total da Democracia em Portugal, sem se proceder a qualquer tipo de julgamento dos responsáveis pelos crimes da Ditadura (ah, se fosse hoje, o G. Bush se encarregaria de levar Marcelo, Tomás, Tenreiro e os pides a tribunal internacional, ao lado do Saddam e do Milosevic, em nome da Liberdade...);
- 85 e 86: integração de Portugal na então designada Comunidade Económica Europeia e eleição de Soares como Presidente da República, ou o esmagamento definitivo de qualquer hipótese de ressurreição de recicladas visões anti-democráticas do 25 de Novembro;
- Década de 85-90: Portugal governado levianamente pela Direita Liberal, com duas maiorias absolutas consecutivas (!) e chefiada na circunstância por um financeiro e ex-ministro de Sá Carneiro (Cavaco Silva), em plena estabilidade democrática, mas com progressiva erosão dos valores da Democracia e do Progresso Social, a par da desvalorização e do esquecimento contínuos das realidades concretas do 24 de Abril;
- 95-2005: gravíssima e profundíssima crise, económica, social e política, gradualmente mais estrutural do que conjuntural, à medida que as benesses europeias decrescem e os deveres para com os nossos parceiros europeus aumentam - o País não ficou preparado para o Futuro!
- 20/2/2005: Eleição, após o desvario de um (des)governo palaciano, de um Governo de Esquerda com maioria absoluta no Parlamento, PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA DOS TRINTA ANOS DA DEMOCRACIA, em sintonia com a maioria presidencial (e também com a orientação do Governo do nosso mais importante parceiro na U. E.: a Espanha!);
- Janeiro de 2006: eleição de um novo Presidente da República!
A cada um, agora, a reflexão que se impõe...
Eu gosto mesmo de História!
E corrijo, obviamente: "Década de 85-95".
ResponderEliminarQuando se conhece o "bloguista" e já se falou pessoalmente destes assuntos, mandamos umas "bocas". É o que se pretende num blog. Se fôssemos "desfiar" o rosário cronológico de 75, poderíamos começar com os Acordos de Alvor e acabar no VI Governo Provisório. E continuar até ao "Plano Tecnológico" actual... E recuar no tempo...As revoluções e contra-revoluções têm sempre muito de cinzento, não só generais. Há todo o aproveitamento político que mais convém. O "Glorioso PREC" conheço bem. Vivia no Alentejo. Quanto à aplicação do modelo soviético e as suas repercussões na economia, também não vale a pena falar delas. Conhecemo-las. Na verdade, o povo é ignorante mas não percebo porque é que temos tantos "doutos" de esperteza saloia que nada têm feito pelo nosso país.
ResponderEliminarA esses: Vão-se catar!