sexta-feira, fevereiro 12

Filhos do Concelho

Joaquim Botas Castanho, Personalidade do Ano 2009

Manifestar reconhecimento público a pessoas que se evidenciaram pela nobreza do seu carácter e pela excepcionalidade das suas acções é o grande objectivo da iniciativa de O MIRANTE denominada Prémios Personalidade do Ano que teve a sua primeira edição em Fevereiro de 2006. Este ano O MIRANTE vai entregar os prémios, hoje, dia 11 de Fevereiro, no Cine-Teatro de Ourém. Quim Zé Lourenço aquece o serão com canções do poeta José Carlos Ary dos Santos, uma personalidade indiscutível e eterna da poesia portuguesa

Joaquim Botas Castanho nasceu há 70 anos no Alto Alentejo, em Seda, Alter do Chão, mas fez o seu percurso profissional em Santarém, como alto quadro dos serviços distritais de segurança social e de saúde. Licenciado em sociologia, foi professor, autarca e é cônsul honorário do Brasil na cidade onde reside há mais de 40 anos. Dedica o seu tempo à família, aos amigos e à pesca, uma actividade que considera fundamental para o seu equilíbrio.

Esteve oito anos na vida autárquica. Enquanto vice-presidente da câmara e presidente da administração dos Serviços Municipalizados de Santarém tem obra de que se pode orgulhar, como a cobertura do concelho com água canalizada praticamente a cem por cento. Quando deixou o cargo, no início de 2002 confessou ter ficado vacinado da política mas a vida prega partidas e em Junho de 2009 foi convidado para exercer o cargo de governador civil de Santarém. Como raramente recusa um desafio, aceitou. Após as eleições legislativas de Setembro, o novo Governo não lhe renovou o convite. E ele agradeceu. É o segundo militante mais antigo do PS escalabitano mas a sua participação limita-se ao pagamento das quotas.

Aposentado da função pública, dedica hoje muito do seu tempo à família, com especial atenção para as duas netas, e à pesca. Pelo menos uma vez por semana lá vai com o equipamento para as barragens de Montargil e do Maranhão, para a ribeira do Cabeção ou para o açude de Santa Margarida. É uma actividade essencial ao seu “equilíbrio bio-psíquico”, confessa. “Tenho razões mais que suficientes para acabar com tudo o resto”, acrescenta.

De porte altivo e personalidade reservada - “só como defesa” -, Joaquim Botas Castanho transfigura-se nos convívios com os amigos, seja na pesca seja nas incursões gastronómicas em que regularmente participa. Porque é dos que acreditam que as amizades se cultivam e aprofundam à volta da mesa. E há mesmo quem não dispense ouvi-lo a cantar fados, baladas ou o clássico poema Pedra Filosofal de António Gedeão. “Já antes do 25 de Abril cantava baladas do Zeca Afonso, tenho algum domínio de voz. Mas só canto entre amigos e só quando me pedem e eu estou bem disposto”, confessa o alentejano que há 43 anos foi viver para Santarém e lá fez vida.

O Mirante 11/02/2010

2 comentários:

  1. A notícia está correcta. Não conhecia o seu domínio de voz mas acredito que as pessoas reservadas possam cantar em determinadas condições, particularmente quando estão bem dispostas e entre amigos.
    O seu percurso profissional e a sua passagem pela política atestam que se trata de uma personalidade de conduta vertical de que Seda e o
    Alentejo se podem orgulhar. Embora o prémio referido lhe seja concedido por um concelho do Ribatejo os alentejanos devem ficar satisfeitos quando os seus se tornam conhecidos e estimados
    em qualquer parte do País ou do Mundo.

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