terça-feira, maio 31

PRESIDENCIAIS

Apesar de ainda ser muito cedo, as Eleições Presidenciais começam a ser notícia.
É obvio que a direita já está a fazer batota. Há muito que o Professor Marcelo, à custa do seu poder mediático, vem desavergonhadamente, fazendo campanha a favor do homem do Bolo-Rei.
Portugal não precisa de um Homem Providencial, de alguém que Nunca se Engana e Raramente Tem Dúvidas. Uma versão moderna de Salazar, não obrigado.

O Crónica do Planalto, está desde sempre, Abertamente Contra Cavaco Silva.

segunda-feira, maio 30

O PAI DO MONSTRO

Miguel Cadilhe, o ministro das Finanças de Cavaco Silva, acusa o ex-primeiro-ministro de ser o principal responsável pelo Novo Sistema Retributivo da Função Pública, que conduziu ao enorme aumento da massa salarial dos funcionários no início dos anos 90 e que representa hoje 15% do PIB, sendo a terceira administração pública mais cara da União Europeia.
Diz Cadilhe: «Os trabalhos preparatórios do novo sistema retributivo da função pública (...) correram sob a responsabilidade directa de Cavaco Silva, como ele próprio afirma na sua ‘Autobiografia Política’», e recorda que, no Conselho de Ministros de 1989 em que foi aprovado o novo sistema, apresentou as suas preocupações e procurou sujeitar a sua aplicação à redução de outras despesas e à melhoria da produtividade. Contudo, o Governo não deu a devida continuidade a estas restrições e isso «teve efeitos avassaladores» sobre as despesas correntes do Estado.
Sublinha que tentou contrabalançar o novo sistema nomeadamente com a introdução de auditorias externas aos serviços, mas Cavaco desistiria delas, confessa Cadilhe, «nem sei bem porquê».
O ex-ministro conclui: «Admito que a resistência dos burocratas se tenha aliado às conveniências eleitorais e anti-reformistas dos políticos».

Na hora de votar, é preciso estar informado…

domingo, maio 29

A VERDADEIRA IDENTIDADE DE JEITOSINHA (autor desc.)

Capítulo XX - Troca de sexo pela Caixa
A casa de Jeitosinha era cenário de tempos estranhos. O desaparecimento do pai parecia preocupar sua mãe e irmãos, mas a loira quase perfeita tinha outras atribulações.
Quem havia escondido o corpo de Ambrósio e apagado as pistas do assassinato? Quem havia telefonado a Marilena, fazendo-se passar pelo morto? Jeitosinha não havia se esquecido de sua vingança. Aliás, também incluíra Arlindo na lista de desafectos.
Mas o desfecho insólito de seu primeiro crime acabara inibindo-a . Era preciso esperar o momento certo. A prioridade era entender tudo aquilo. E, como se não bastassem tantas reviravoltas do destino, havia a decepção com Bruno, a descoberta da própria sexualidade, os encantos misteriosos da casa de Madame Mary...
Enquanto Adenair procurava, no maior hospital público da cidade, o médico indicado por dona Nair, Jeitosinha voltava ao bordel para uma reunião com a nova patroa. Madame Mary fez uma longa explanação sobre a arte do prazer, uma espécie de preparação teórica para o que viria depois. A expectativa de colocar em prática aquela técnica apurada excitava Jeitosinha. Ao término do encontro, encaminhava-se para a porta de saída quando sentiu dedos suaves tocando seu ombro.
- Oi. Você é nova por aqui? - perguntou uma linda ruiva de sorriso sedutor.
- Sim... - respondeu, timidamente - Mas ainda não estou trabalhando...
- Ah... É a nova pupila de Madame Mary... Está gostando da preparação?
- Bem... - disse Jeitosinha - É tudo muito excitante, mas não vejo a hora de entrar em acção.
A ruiva apertou suavemente a cintura da loira e, olhando no fundo dos olhos de Jeitosinha, propôs:
- Talvez possamos começar agora... A resposta teve uma ponta de ironia:
- Cuidado, querida. Você pode se surpreender com o que vai encontrar...
- Adoro surpresas! - emendou a loira, já puxando Jeitosinha pela mão até um quarto próximo.
A poucos quilómetros dali, um médico de barba por fazer e jaleco puído conversava com Adenair.
- Bom, você sabe que a Caixa não cobre este tipo de operação. Mas posso dizer no prontuário que trata-se de uma extração de apêndice. Aliás, não deixa de ser verdade... - disse o homem, rindo de sua própria piada.
- Eu nem sei como lhe agradecer...
- Tudo bem... Eu jamais teria aprendido obstetrícia sem a ajuda de dona Nair. Será uma forma de retribuir o favor.
A operação de mudança de sexo foi marcada para o dia seguinte e Adenair voltou para casa em passos lépidos.
No bordel, Jeitosinha vivia mais uma forte emoção: sua primeira vez com uma mulher. e deliciava-se com a descoberta das inúmeras possibilidades de interacção entre o côncavo e o convexo, tantas vezes cantadas pelo Rei Roberto...
Côncavo e convexo? Como será a reacção da nossa Jeitosinha?

sábado, maio 28

SABER EDUCAR

Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: Uma turma de meninas de 12 anos que usavam batom todos os dias, removiam o excesso beijando o espelho do banheiro.
O director andava bastante aborrecido, porque o servente tinha um trabalho enorme para limpar o espelho no final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...
Um dia, o director juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro. Explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam.
Depois de uma hora falando, pediu ao servente para demonstrar a dificuldade do trabalho.O servente imediatamente pegou num pano, molhou no sanita e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho!
Há professores e há educadores...

quinta-feira, maio 26

A Importância do Nome

Na sede do meu concelho, há um tipo do género “fura-vidas”.
Negociante de gado, agricultor de terra arrendada, e o que mais aparecer para ganhar o pão da família. é uma pessoa muito popular o Tonheca. Normalmente os rendeiros têm uma pequena parcela de terra para muito gado e compensam o facto, comprando pequenas pastagens de preferência o mais longe possível umas das outras. Assim enquanto fazem a tranzumância, os animais vão comendo por onde passam e vão enganando a fome nas alturas de aperto. São conhecidos como rebanhos de “mal andar”. Tinha ainda outra característica este rebanho. Por imperativos da sua actividade, comprava aqui para vender ali, e como era pouco exigente, só comprava refugos.
As ovelhas do Tonheca eram todas velhas. Umas com ronha, pedaços de lã a cair, outras cegas, outras com pieira mancavam para todos os lados, eram uma fonte de dichotes bem dispostos sempre que passavam pelas ruas da vila.
-Oh Tonheca, manda tratar as ovelhas, coitadas, têm mesmo ar de doentes.
-Assim é que eu gosto delas. Respondia brincalhão.
Com o tempo, sempre que aparecia alguém com algum achaque logo ouvia:
-Pareces uma ovelha do Tonheca.

Há também um Lar da 3ª idade, grande, com muitos quartos e sempre cheio. O Alentejo está de pousio, mas como velho não precisa ser semeado, aparece espontaneamente, há uma autêntica praga nesta terra.
Certo dia, as pessoas que têm por mister a nobre arte de cuidar dos nossos velhos, resolveram criar um rancho folclórico. Escolheram-se os trajes, as danças a apresentar e por fim o mais importante o nome.
Rancho Folclórico e Etnográfico do Lar da Santa Casa da Misericórdia. Ficou bonito e impressionante, depois de pintado em letras garrafais num grande pano branco.
Ensaiaram durante seis meses e no Dia do Município ia dar-se a estreia tão esperada.
Lá estava em peso, todo o concelho para aplaudir. O Presidente da Câmara e os Vereadores, o Sr. Padre com a «prima» e um rebanho de beatas, os ricaços e famílias sentados um pouco à parte, e bem ao fundo, um grupo que tudo comentava, desde a beleza das mulheres, até há envergadura «corneana» de alguns maridos. A consciência crítica da terra.
Começou a actuação, primeiro um pouco rígida, de ferrugem, era possível de quando em vez ouvir o ranger das articulações, mas ninguém se estatelou no chão até ao último passo de dança.
O grupo ficou num silêncio cortante até alguém se atrever a fazer o primeiro comentário…
-Nã gosto do nomi, é muita comprido. Tenho outro melhor.
-Atão diz lá porra…o qu’ é que tás esperando…
-Aí vai…Rancho das Ovelhas do Tonheca.
E o nome só por si já dizia tudo…E assim ficou para todo o sempre…

(Joaq.God)

quarta-feira, maio 25

ASSIM É FÁCIL

A receita que o governo prescreve é a previsível. Assim é fácil. Até a dupla de incompetentes, Lopes e Bagão, era capaz.

DOR DE CORNO?

Os dois principais concorrentes do Benfica na Super Liga, ainda não deram os parabens ao novo Campeão!

MENSAGEM - Fernando Pessoa

MAR PORTUGÊS V

EPITÁFIO DE BARTOLOMEU DIAS

Jaz aqui, na pequena praia extrema,
O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,
O mar é o mesmo: Já ninguém o tema!
Atlas, mostra alto o mundo no seu ombro.

terça-feira, maio 24

COLABORAÇÕES

O cumprimento da lei nos tempos que correm…
(Retirado do livro “Portugal hoje – o medo de existir” de José Gil)
Sabemos que, neste aspecto, Portugal está a mudar em consequência da pressão da União Europeia. Agora somos obrigados, sob pena de graves sanções económicas, a cumprir certas leis – sempre controlados por instâncias supranacionais.
Mas até aqui – e ainda hoje – subsiste um regime de permissividade, de negligência e desorganização no que respeita aos mecanismos de inspecção e coacção do cumprimento efectivo da lei. Regime que atinge todos os domínios, desde a validade dos atestados médicos até à fuga ao fisco.
De tal modo a não-acção forma um sistema de um lado e de outro da norma, que o exercício do poder, em Portugal, só se tornou possível pela existência de um não-poder real, de uma impotência primordial que atravessa todos os dispositivos do poder (político, jurídico, policial, social, familiar, cultural); e que tem como elemento correspondente o hábito de não agir do lado do sujeito-cidadão obediente. Dos dois lados não se inscreve o que se anuncia que se vai fazer, porque o que se fizer tem, desde o início, a estampilha da não efectuação – ou de efectuação fictícia, ou parcial, ou desviada, “desvirtuada”, aparente, etc.
Daqui se conclui a fragilidade do Estado. O poder real, em Portugal, não é o poder económico, nem o poder político, nem é exercido (no seu sentido lato), pela EU, ou pelo Governo, ou pelas instituições, grupos e pessoas da sociedade civil. Todo este tipo de relações, enquanto gigantesco dispositivo entrópico de não-inscrição, forma uma rede que a todos apanha e que de todos absorve a energia. Existe, em circulação, no nosso país, muito menos poder do que aquele de que os portugueses são capazes (de possuir, deter, manipular, transformar, criar).
Mas o medo está lá, para tudo regular. Assim se compreende que a zona de comportamentos que escapa à lei, longe de permitir transgressões, incitar ao desacato, fazer eclodir excessos, experiências intensas ou anormais, conduza à resignação, à inércia, à complacência relativa a todas as normas, ao consenso forçado do político e socialmente correcto. Essa zona reduz-se, afinal, a uma zona de submissão.
Num tal sistema, em que a não acção é a regra, não se imagina um Estado e uma administração sem burocracia. Porque esta constitui o melhor meio de adiamento e paralisação da acção. Ou, mais precisamente, à maneira das “soluções de compromisso” como Freud caracterizava os sintomas, ao adiar indefinidamente o agir, a burocracia toma a aparência da acção, criando a ilusão da sua efectuação.
Assemelha-se, de facto a uma solução de compromisso: por um lado, a burocracia adia os processos que procuram solução num tempo que pode alargar-se tanto que as datas-limite caducam e a acção jamais terá lugar; por outro, enquanto dura o processo através da circulação dos gestos burocráticos, tem-se a sensação do movimento, de progresso no trajecto que levará enfim à solução final. Este movimento, composto de pequenas acções preparatórias, induz a crenças na acção – quando, de facto, esta só chegará (se algum dia chegar), no fim do circuito.
(Toda uma tragédia nacional, subterrânea, muda, pontua historicamente este fenómeno: quantos morreram porque tiveram de esperar anos ou meses nas listas de espera dos hospitais para serem operados? Quantos viram as suas vidas arruinadas pelas demoras da Justiça, da administração, dos serviços do Estado em múltiplos domínios? Há uma injustiça imanente do poder passado e presente que nenhum sentido da História poderá jamais resgatar).
Seria necessário analisar os diferentes tipos de burocracia, nos diversos sectores da vida do Estado, para se ter uma ideia exacta da sua função na nossa sociedade. No entanto é desde logo claro que quando existe recusa de enfrentamento e condutas generalizadas de evitamentos de conflitos, a burocracia surge como a via que permite ao mesmo tempo exprimir indirectamente a violência conflitual, e impedi-la de se exercer literalmente ou fisicamente. (Por isso, em Portugal, se dá tanta importância e valor a “dar a cara”, é um sinal de coragem. Paradoxalmente, o “não dar a cara” pode não significar cobardia mas prudência, ou mais prosaicamente, estar em conformidade com o comportamento normal.)
Neste sentido a burocracia uma espécie de sintoma social da recusa do conflito e da acção. O que concorda perfeitamente com o que dissemos sobre o efeito entrópico do medo. Que actividade pode ser mais desgastante, mais exasperante pelo sentimento de impotência que faz nascer, do que submeter-se permanentemente aos passes, às mediações, às esperas infindáveis da burocracia?
Kafka disse tudo sobre a burocracia nas sociedades disciplinares. Com uma evidência luminosa, mostrou que nem era preciso dar um conteúdo à lei, para pôr um sujeito ou um povo a obedecer. Para tanto basta a burocracia com a violência anónima dos seus regulamentos, das suas falsa e contínuas inscrições, das suas sequências obrigatórias e absurdas. Segue-se uma devastadora subjectivação dessubjectivada: a do cidadão Joseph K., nu, esvaziado de tanto agir sem resultado, de tanto esperar, de tanto querer saber de que é acusado, ou melhor, de querer saber quem é ele enquanto culpado em nome de uma lei que se revela, afinal, vazia.
A burocracia, o juridismo pertencem curiosamente àquele mesmo fundo que engendra a deambulação barroca do “ando por aí”. O desejo de flutuar, de não entrar na vida real; e o frenesim de tudo regimentar – o mínimo gesto, o mínimo sopro de existência – submetendo-os a uma regra.
O juridismo paranóico de certos chefes e subchefes anseia por abolir toda a margem de tolerância na interpretação das leis: “só assim se mudará o país”, classificado imediatamente de república das bananas” onde tudo é permitido, onde tudo se consegue “à balda”. Daí a necessidade imperiosa e maníaca de notar, de registar o menor desvio, a mínima falta, como se a vida virtuosa e a cidadania perfeita resultassem do mais rigoroso cumprimento da lei. Entre o laxismo da não acção e a tentação do nepotismo o que escolher? Assim formulada, a questão está mal posta. E, no entanto, muitas vezes foi com estas duas opções apenas que os governos que se sucederam depois do 25 de Abril perspectivaram as suas políticas. Há, primeiro, que erradicar o medo da sociedade portuguesa. Conquistar a maioridade, dessubjectivando-se ao enfrentar o acontecimento.
Fazer explodir a imagem de si. Porque todos nós andamos “práqui” como Álvaro de Campos que dizia que nunca conheceu quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


Moral da história:
O que é que afinal mudou em Portugal? O medo mudou de nível?
Ou o medo de intromissão nos assuntos da esfera do Estado por causa das represálias mudou para o laxismo do não te rales porque os que vêm a seguir não são melhores que estes? De qualquer forma a não participação por comodismo não nos dá o direito de criticar seja o que for, embora se reconheça que é mais fácil.

(João Aurélio Raposo)

segunda-feira, maio 23

APERTAR O CINTO

Três anos de sacrifícios, não valeram de nada. O país está muito pior, e os gurus da economia, que nunca sentem as crises, voltam a receitar a Banha da Cobra que eles tão bem sabem vender. Subir os Impostos. Os de sempre, a Classe Média, que aperte o cinto.
Se querem mesmo resolver a crise, comecem por:

1º - Terminar com esse anacronismo dos Direitos Adquiridos. No mundo de hoje tudo muda a toda hora. O único direito adquirido é a morte.

2º - Decretar imediatamente um “plafom” máximo de reforma a pagar pela Segurança Social e ADSE. (6 a 8 ordenados mínimos). Idade de reforma igual para todos e fim de isenção de impostos.

3º - Terminar com as regalias dos Titulares de Cargos Públicos. (reformas antecipadas e sub. de reinserção) Não esquecer os gestores públicos com vários “tachos”.

4º - Criar um Imposto sobre Grandes Fortunas, bens imóveis e móveis (acções), sem esquecer os proprietários de terras.

5º - Abolir o Sigilo Bancário e legislar sobre Cruzamentos de Dados.

6º - Acabar com o Cartão de Crédito dos Assessores e outros que tais, e proibir o carros do Estado de circular aos fins-de-semana e feriados.

7º - Confiscar e Leiloar os bens de Gestores de Empresas com dívidas ao Fisco e Segurança Social.

8º - Acabar com os benefícios fiscais de que a banca goza e cobrar impostos aos profissionais liberais, médicos, advogados, etc.

9º - Proibir os Partidos Políticos de receber donativos e contrair empréstimos. Financiamento estritamente público.

10º - Limitação de mandatos, e muito cuidado com conflitos de interesses de Câmaras, empresas municipais, bombeiros, etc.

domingo, maio 22

A VERDADEIRA IDENTIDADE DE JEITOSINHA (autor desc.)

Capítulo XIX - São ou não são...?
- Bruno, eu sempre te amei...
A declaração de Adenair, um desabafo cuspido pelo seu coração angustiado, deixou o sofrido namorado de Jeitosinha perplexo.
- Não, Adenair... Não é possível! Você é...
Como completar a frase? O que era Adenair? O que era Jeitosinha? Quem era ele? Quantas certezas jogadas fora! Quanta paneleirice repentina, transformando sua vida num filme de Almodôvar!
- Durante muito tempo sofri em silêncio. Achei que nunca teria coragem de me expôr. Mas desde que soube da condição de Jeitosinha, e percebendo que você ainda gosta dela, vi que por mais difícil que seja, meu sonho não é impossível. Me dê uma chance! Você vai me amar também!
- Você não entende, Adenair? Jeitosinha é diferente! É uma mulher quase completa!
- Não tente se enganar, Bruno... - respondeu - Será que no fundo do seu coração você não tinha a percepção de quem ela realmente era? Você pode afirmar com certeza que é heterossexual?
Ainda traumatizado pela experiência recente, Bruno percebeu que talvez Adenair tivesse razão. Mas ele não se sentia apto a penetrar o lodo de suas emoções.
Reagiu rejeitando, com convicção a hipótese de que fosse gay.
- Sim, Adenair. Sou heterossexual. Aliás estou farto de tanta farsa e dissimulação. Quero encontrar uma mulher de verdade, que não me surpreenda com nenhuma protuberância anti-natural!
Bruno deixou para trás um Adenair magoado e arrependido. Sabia que desejava muito aquele homem, sentia-se mal por tê-lo provocado com palavras e estava disposto a qualquer sacrifício para tê-lo ao seu lado.
- Você quer uma mulher de verdade, Bruno? - murmurou para si mesmo, já que o homem se afastara em passos rápidos - Pois eu serei uma. A mais bela, completa e exuberante que você já viu!
Adenair dormiu pouco aquela noite. Na manhã seguinte, procurou a velha dona Nair, parteira e amiga da família. Sem constrangimento, o rapaz contou à mulher o seu drama e lhe fez um pedido inusitado:
- Preciso mudar de sexo. Preciso me tornar uma mulher. Mas não tenho dinheiro, dona Nair! Por favor, me ajude! A velha coçou sua cabeça grisalha.
- Sei lá, menino... Nem cesariana eu consigo fazer, quanto mais extrair uma bingola.
Adenair cobriu o rosto e chorou convulsivamente.
- Mas eu conheço um médico que atende pelo SNS...
Os olhos do rapaz subitamente brilharam de esperança:
-Me leve até ele! Me leve até ele!

Troca de sexo pela Caixa? Não perca, domingo, capítulo inédito!

sábado, maio 21

ZANGAM-SE AS COMADRES…

O Isaltino, é dos políticos mais abjectos que conheço. Só neste miserável país, é possível a uma figura tão nojenta, singrar na vida politica até chegar a ministro.

Mas o figurão não percebe, e eu também não, porque só ele, num partido tão variado, tenha que “pagar as favas”.

Não percebe, a diferença entre ele e quem o “pressionou” para dar um “tacho” a um boy.
E eu também não.

Não percebe, a diferença entre ele e o incompetente que usufrui de um lugar obtido por “cunha”.
E eu também não.

Não percebe, a diferença entre ele e o intelectual do partido que acha que “sugestão” e “pressão”, querem dizer o mesmo.
E eu também não.

O PSD, já não é um partido politico. São tantos os corruptos e ladroes, que mais parece uma Associação de Malfeitores.

sexta-feira, maio 20

PALAVRAS DOS OUTROS

SAUDADES PARA VANESSA
Leio e não acredito. Volto a ler. Julgo ter percebido mal e releio. Ainda penso que há gralha, que o jornalista cometeu um lapso e disse o contrário do que queria. Leio uma última vez.Sinto comoção e raiva. Já vivi muito e sei das baixezas de que os homens são capazes.
Estive 26 meses na guerra colonial. Mas, talvez, a estupidez não seja o pior dos males. Pior só a estupidez e a fé reunidas.
Paulo, drogado, saído da prisão de Custóias há quatro meses, desempregado, faz filhos em várias mães no Bairro do Aleixo, bairro de problemas e miséria da cidade do Porto.
Uma das filhas chamava-se Vanessa. Tinha cinco anos e a vida para viver. Paulo tê-la-á matado à pancada.
A mãe de Vanessa mandou rezar-lhe missa do 7.º dia na igreja de Lordelo do Ouro, no Porto.
Foi o mimo que lhe faltou em vida. Vou copiar devagar o que li e reli na pg. 90 da «Visão», Há na demência mística do padre Domingos Oliveira uma tal insensibilidade, um tão grave insulto à memória de uma criança mártir, um desrespeito tão grande pela mãe que encomendou a missa e um tamanho ultraje à Domingos Oliveira, o padre que celebrou a missa do 7.º dia, por Vanessa, criança de cinco anos, morta à pancada pelo pai, disse na homilia: «matar uma criança no seio materno ainda é mais violento do que matar uma menina de 5 anos» e invectivou a sociedade «que favorece o uso de preservativos».
Este almocreve de Deus, apóstolo da fé, santa besta fiel ao Papa, padre católico, acha preferível matar uma criança de cinco anos à pancada do que interromper a gravidez de um embrião de cinco semanas…
Maldito seja Deus.

(Carlos Esperança)

terça-feira, maio 17

FUNDAMENTALISTAS

A Conferência Episcopal Espanhola publicou uma nota em que incita os cidadãos a confrontar o estado de direito, no que concerne à lei que contempla a possibilidade de casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
De acordo com estes «peritos em Cantar Missas e Vender Bulas», esta não é uma «verdadeira lei» e exigem aos católicos que se oponham de forma «clara e incisiva» a esta lei iníqua.O Bispo de Segorbe-Castellón, Juan Antonio Reig Pla, apela aos católicos para não ir «contra a sua consciência rectamente formada», um católico «tem que obedecer a Deus antes que aos homens, pois, de contrário, pode-se chegar a um Estado totalitário».

Quem me dera poder explicar a estes ilustres senhores, que totalitarismo é, por definição, o poder de uma doutrina, de uma ideologia, de uma «verdade» indiscutível.
Por conseguinte, um estado democrático nunca pode ser totalitário.
Ao contrário das religiões que são inerentemente totalitárias e intolerantes.

Deixem viver as pessoas em paz. A lei não obriga ninguém a nada. Só dá direitos a quem livremente deles quiser usufruir…

MEMÓRIA

DAR NOME AOS BOIS. SALVO SEJA…16/05/04
Fiquei muito sensibilizado com o acto desprendido, daquela jovem que, por puro amor, casou com o herdeiro da Dinamarca.
Mudou de Religião, aprendeu uma nova língua, renunciou à nacionalidade Australiana, e abdicou do direito à custódia de todos os filhos que venha a parir.
É obra!!! Entre o povo, a este tipo de “negócio”, costuma chamar-se Prostituição.
Certamente que na nobreza, a mesma coisa terá outro nome.

PS: Veio-me à memória a Violeta. Uma linda vaquinha que eu tive, já há muito falecida. É certo que quando a comprei, não a obriguei a mudar de religião, a berrar noutra língua, ou a renunciar à sua condição de vaca leiteira. Mas fi-la mudar de estábulo, e dispus a meu ‘bel prazer’, de todos os bezerrinhos que ela foi parindo.
Para ela, embora tardias, as minhas desculpas.

segunda-feira, maio 16

OS TRÊS DA VIDA AIRADA…

Segundo o Expresso, o despacho que viabilizou o corte dos sobreiros para se poder dar início à construção do empreendimento turístico da Herdade da Vargem Fresca (Benavente), da Portucale (Grupo Espírito Santo), foi assinado já depois das eleições de 20 de Fevereiro e não antes, como consta da data oficial (16 de Fevereiro).
De acordo com documentação a que o jornal teve acesso, o ministro Luís Nobre Guedes terá sido o primeiro a assinar o despacho, mas só na semana a seguir às legislativas, é que o titular da pasta do Ambiente pediu aos seus companheiros de governo Costa Neves (Agricultura) e Telmo Correia (Turismo) para assinarem com urgência o documento.

Mas eu estou plenamente convencido que nenhum dos três é o verdadeiro responsável…

Cocó Guedes, (força Paulo, estou contigo), não passa de um “capacho”. Como provam as trapalhadas da ultima campanha é demasiado imbecil para orquestrar a trama.

Ranheta Correia, (aqui está o novo líder que sou eu), é um número dois típico, podia ser induzido, mas não pelo Guedes, que ele não reconhecia como “a voz do dono”.

Facada Neves, (cujo primeiro acto como ministro, foi dar uma entrevista á Quinta das Celebridades), é o típico provinciano deslumbrado. Foi enrolado.

A Justiça, o que tem a fazer, é deixar os moços em paz. E se querem fazer obra asseada…Prendam o chefe!!

domingo, maio 15

A VERDADEIRA IDENTIDADE DE JEITOSINHA (autor desc.)

Capítulo XVIII - Será que Bruno e Adenair são...?
Ambrósio não conseguia se lembrar exactamente quem ele era. Imagens confusas de um travesti loiro com uma moto-serra lhe vinham à mente, enquanto ele reconhecia alguns trechos do caminho. Acabou chegando até a porta de sua casa, mas não teve coragem de entrar, especialmente porque não tinha a menor ideia de que lugar era aquele. Viu que dois homens jovens conversavam, sentados num banco da varanda. O dia estava quase nascendo.
Do outro lado da rua, Ambrósio reconheceu algo de familiar naqueles rostos. Mas quem seriam? Aliás, quem seria ele mesmo? O homem subitamente percebeu que nem sequer podia lembrar-se de sua própria face. Procurou algum vidro ou espelho onde pudesse se ver reflectido. Numa grande e quieta poça de água, viu sua cara monstruosa. Com um grito aterrador correu rumo a um matagal próximo. Estava confuso e com medo. Bruno e Adenair ouviram o grito, mas não deram muita importância.
- Você pode se abrir comigo, Bruno. Sei tudo a respeito de Jeitosinha.
- Tudo? - surpreendeu-se.
- Sim... Ela é uma vítima, tanto quanto você...
Pelo comentário, Bruno percebeu que talvez Adenair não soubesse que a irmã era uma prostituta. "Se ela conseguiu me enganar, porque não enganaria o irmão?", perguntou-se.
Tombando diante da pressão, Bruno chorou convulsivamente. Adenair puxou-o em direcção ao peito, abraçando-o e acariciando seus cabelos.
Bruno pôde perceber que o toque e o suave perfume do rapaz lembravam muito os de sua irmã. Sentiu-se confortável por alguns minutos. "Enxugando as lágrimas, Bruno viu bem de perto os olhos de Adenair, tão parecidos com os de Jeitosinha. Só então deu-se conta de que algo estranho acontecia ali: o apoio que estava recebendo, mais físico e mudo do que um simples diálogo, não é comum entre os homens.
- Adenair, porque você me abraçou deste jeito? - perguntou, temendo a resposta.
Num matagal a poucos metros, Ambrósio começava a se dar conta de quem era.Talvez por um bloqueio, causado pela morte violenta ou pelo processo utilizado para trazê-lo de volta à vida, não associava o travesti loiro à sua amada Jeitosinha. Mas já sabia que ele era o chefe daquela casa que reconhecera, e que estava deformado por alguma terrível razão, a mesma pela qual sentia-se impelido a manter-se escondido.
Na varanda da casa, Adenair começava sua revelação. Cada palavra pronunciada doía como um parto.
- Bem, Bruno... Também tenho um segredo... .
Qual será a reacção de Bruno... E Ambrósio? Vai querer vingança?

sábado, maio 14

AUTÁRQUICAS

Nos gloriosos idos de 80, o meu amigo Tonhão costumava dizer:”Eu estou aqui no meio destes montes, mas sei tudo o que se passa no país.”
Evidentemente que eu não me atrevo a tanto. Mas vou fazendo o possível para me manter medianamente informado.
Por incrível que pareça, estou completamente a “leste” do que se passa na minha “pátria chica”. Ainda não sei nada das movimentações para a minha Câmara e Freguesia.

Mas como Lisboa é de todos nós, eu, embora não votando lá, atrevo-me a tomar posição.

O Crónica do Planalto, Apoia e vai Fazer Campanha a favor de José Sá Fernandes.

MEMÓRIA

01/06/04 - É FARTAR VILANAGEM…
Foi finalmente inaugurada a nova ponte sobre o Mondego. O governo PP/PSD, até lhe mudou o nome, de Ponte Europa para Rainha Santa Isabel. Trocou de Projectista, o que segundo o Tribunal de Contas (TC), só serviu, para beneficiar a empresa construtora.
Um projecto inicial de 34 milhões de euros, ficou em 75 milhões.
Talvez por isso, Telmo Correia, tão preocupado que está com os financiamentos da Campanha Eleitoral do Bloco de Esquerda, não o esteja, em relação à sua coligação.
Pudera…

26/03/05 - SÓ QUERIA ENTENDER
YO NO CREO EN LAS BRUJAS…
Que precisão tinha o ministro Daniel Sanches, de assinar um contrato três dias depois das Eleições de 20 de Fevereiro?
Sendo a Outra Parte do negócio, a entidade patronal de onde saiu para o governo, e para onde provavelmente vai voltar, não seria uma atitude de bom senso esperar que fosse o novo ministro a despachar?
Porquê tanta insistência junto de Bagão Félix para deixar tudo resolvido, antes da posse do novo governo?
…PERO QUE LAS HAY LAS HAY.

Como diz o povo:
“Nada como o tempo, para amadurecer os melões”

sexta-feira, maio 13

FUNDAMENTALISTAS

O Arcebispo de Génova, Cardeal Tarcisio Bertone, um santo ignorante, opinou que José Luis Zapatero, foi demasiado impulsivo no que considera ser o seu afã de «dar uma bofetada na Igreja católica».
Comparou algumas promessas eleitorais de Zapatero, sufragadas em eleições democráticas e livres, à «promessa de Herodes».
Aludindo à passagem mítica de Herodes e Salomé. «Depois de excitado pela dança da sua enteada (e sobrinha) Salomé, Herodes Antipas lhe disse: 'peça-me o que quiser, que te darei', 'Dar-te-ei o que me pedires, embora seja metade de meu reino'».
Diz o santo homem: ‘do mesmo modo, há governantes veleidosos que, a fim de arrecadar uns quantos votos, são capazes de dar de presente um reino que nem sequer lhes pertence. Não creio que, chegado o momento, estes governantes tenham incómodo em oferecer numa bandeja a cabeça da Igreja, para manter-se no trono’.
È obvio que este ilustre prelado, que não sabe nada de democracia, preferia o totalitarismo de Franco (posto no poder com o auxílio do Vaticano) que dominou durante décadas a Espanha e que ofereceu à Igreja, sem quaisquer incómodos, as cabeças dos que ousaram contrariar os ditames desta.

Um santo homem…e um paladino da democracia…

MEMÓRIA

FALAR A SÉRIO – 15/05/04
As coisas no Iraque estão cada vez pior.
Depois de uma invasão justificada pela existência de Armas de Destruição Maciça, pelo Combate ao Terrorismo, a Implementação da Paz na região, e a defesa da Democracia e dos Direitos Humanos, a que resultado é que chegámos?
1º - Armas de destruição maciça, só as havia na cabeça do Jorge Bush e dos tontos que o apoiaram. Aliás, os inspectores que estiveram no Iraque sempre o disseram. Rumsfeld e os outros mentores da guerra, também sempre souberam. Na Casa Branca só quem foi enganado foi o Júnior.
2º - Terrorismo nunca houve no Iraque. Saddam e Bin Laden sempre foram inimigos. Seria bem mais fácil encontrá-lo na Arábia Saudita. E, este tipo de intervenção, cria terroristas, não os elimina. Agora sim, o Iraque está cheio de terroristas, e o ódio é cada vez mais.
3º - Quanto à Paz, nem vale a pena falar. Já mais de 15.000 mortos civis e militares, milhares de vidas destruídas, e ainda a procissão vai no adro. Um país de pantanas, ingovernável, e sem nenhuma perspectiva de melhoria.
4º - A democracia não se impõe com armas. Nenhum povo gosta que lhe digam como se deve governar, muito menos os orgulhosos Árabes. Além de ser um sistema político alheio à região, é muito difícil de conciliar com a sua fé
5º - Os direitos humanos, temos visto como se defendem. Tenho muitas dúvidas, que algum “esbirro” de Saddam, tenha sido mais cruel que estas “bestas” das fotografias.

E isto tudo, segundo se diz, feito já há bastante tempo, e por ordens superiores.
Tony Blair, já admitiu, que pode não se voltar a candidatar. Bush, vai continuar a mexer, enquanto quem realmente manda, for puxando os cordelinhos da marioneta. Durão, tem que se demarcar deste enorme fiasco enquanto é tempo. E não por palavras, que isso já não pega. Só uma atitude o pode salvar…
E não se esqueça, que os Barões, que nunca lhe perdoaram os “pecadilhos” da juventude, só estão à espera da altura certa.

Passou um ano sobre este “post”. Algumas coisas mudaram entretanto. Mas o povo do Iraque, continua mártir.

quinta-feira, maio 12

CRÓNICA DE UM CRIME ANUNCIADO?

1990 – A Companhia das Lezírias, (empresa pública) e o Grupo Espírito Santo, constituem a Portucale – Sociedade de Desenvolvimento Agro-turistico, SA. A empresa pública entrou com 510 hectares da Herdade da Vargem Fresca.
1993 – A Companhia das Lezírias, vende as suas acções na empresa ao outro sócio, a preços, considerados na altura, muito abaixo do valor real.
1994 - A Portucale pediu autorização para o abate de 4 000 sobreiros, para instalar dois campos de golfe. O pedido foi indeferido pelo então Instituto Florestal.
1995 - Duarte Silva (PSD), Ministro da Agricultura, assina um despacho favorável, ao abrigo de uma alteração legislativa feita nos derradeiros dias do governo de Cavaco Silva.
1995 - A autorização de abate foi revogada poucos meses depois, já pelo governo de António Guterres, mais propriamente pelo então ministro da Agricultura, Gomes da Silva (PS), mas parte dos sobreiros já tinham sido abatidos.
1997 – A Portucale voltou a pedir autorização para o abate de sobreiros.
1999 - A Inspecção-Geral de Finanças, considerou a alienação da Herdade da Vargem Fresca, "desfavorável para os interesses e património da Companhia das Lezírias". 2005 – A 16 de Fevereiro, (quatro dias antes das eleições), um despacho conjunto dos ministros do Ambiente, Nobre Guedes (CDS), da Agricultura, Costa Neves (PSD) e do Turismo, Telmo Correia (CDS), alegando “imprescindível utilidade pública” autorizam o abate de 2605 sobreiros, mesmo sem estudo de impacto ambiental.
2005 - A 7 de Março, o Despacho é publicado no Diário da República.
2005 – A 8 de Março o pedido de autorização para abate das árvores, dá entrada na Direcção de Recursos Florestais, e como que por milagre, num país de burocracia, no mesmo dia é deferido.
2005 – A 11 de Março a Quercus interpôs uma Providência Cautelar junto do Tribunal Fiscal Administrativo de Leiria.
2005 – A 15 de Março, quando a medida foi decretada, já tinham sido abatidos 900 sobreiros.
2005 – A 23 de Março, o ministro da Agricultura, Jaime Silva (PS), revoga a autorização de abate de sobreiros.
2005 - A 28 de Março, é assinado pelos actuais ministros da Agricultura, do Ambiente e da Economia o despacho de revoga o despacho do anterior governo.
2005 – A 10 de Maio, o ex-ministro do Ambiente, Luís Nobre Guedes (CDS) foi constituído arguido, ao mesmo tempo que Abel Pinheiro, responsável pelas finanças do CDS, foi detido para interrogatório, por suspeita de crime de tráfico de influências.
2005 – A 11 de Maio, Abel Pinheiro (CDS), foi constituído arguido, saiu sob fiança.

Se alguém se engana com seu ar sisudo,
E lhes franqueia as portas à chegada,
Eles comem tudo, eles comem tudo,
Eles comem tudo e não deixam nada.

…a saga continua…

quarta-feira, maio 11

PALAVRAS DOS OUTROS

O ESTADO DE JOELHOS
Assim é Timor-Leste, depois da capitulação das autoridades do Estado perante a arruaça liderada pelos bispos. O Estado continuará a ministrar religião nas escolas públicas, o aborto e a prostituição serão crimes. Foi criada uma comissão mista permanente por via da qual a Igreja controlará o Estado. Onde pode, a Igreja manda no Estado mesmo contra as instituições democráticas. O parlamento de Timor aplicará obedientemente o "diktat" clerical. Aparentemente, a Constituição, que estabelece a separação entre as igrejas e o Estado, continua em vigor. Mas nesta questão já não passa de um papel sem valor. O poder legislativo pertence agora aos bispos. E o poder político carece da benção dos representantes do Vaticano.

(Vital Moreira)

MENSAGEM - Fernando Pessoa

MAR PORTUGUÊS IV

O MOSTRENGO

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«EI-Rei D. João Segundo!»

«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«EI-Rei D. João Segundo!»

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»

terça-feira, maio 10

UMA BOA NOTÍCIA

O número três da rede terrorista Al-Qaeda, Abu Faraj al-Libbi, foi detido pelas forças de segurança paquistanesas, segundo fonte oficial de Islamabad, a capital do Paquistão.

A Al-Qaeda, sob a liderança de Bin Laden, é mais do que uma organização terrorista e odiosa.
Ela é um dos símbolos do mal que pode advir do fanatismo e fundamentalismo religiosos.
Ela simboliza aquilo que a alienação, obscurantismo e demência associados a este fanatismo podem causar.

RELIGIÃO

«Por definição, toda a religião - toda a fé - é intolerante, pois proclama uma verdade que não pode conviver pacificamente com outras que a negam.»

Mário Vargas Llosa

segunda-feira, maio 9

BICO CALADO

O padre brasileiro Leonardo Boff, defensor da Teologia da Libertação, foi insultado pelo presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil, Geraldo Majella Agnelo, que afirmou que Boff «não é uma pessoa de fé» e lhe chamou «ingrato».Estas críticas acontecem após Boff ter declarado que o Papa Bento 16º seria «difícil de amar». Deve notar-se que foi Ratzinger, enquanto prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que reduziu Leonardo Boff ao silêncio, proibindo-o de escrever e falar.Agnelo recordou ao «católico progressista» Boff que outras pessoas foram condenadas ao silêncio e que «nunca abriram a boca para denegrir a Igreja, o Evangelho e o Papa».
Por outras palavras, mandou Leonardo Boff calar a boca. A Igreja Católica é, antes de tudo, obediência.

A liberdade de expressão não é um valor católico, como todos os católicos, «progressistas» ou não, têm obrigação de saber.

COLABORAÇÕES

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS – Desenvolvimento da nossa Região
Os jornais regionais, sem por em causa a sua independência, deveriam ser uma tribuna importante para a discussão dos problemas das regiões onde se inserem dando voz a todos os que, independentemente das suas opções, possam contribuir para a resolução dos mesmos.
O período que antecede as eleições autárquicas parece-me propício a uma reflexão conjunta sobre as perspectivas de desenvolvimento da nossa região e particularmente do nosso concelho.
A análise dos programas dos candidatos e a honestidade das suas promessas escritas bem como o acompanhamento da actividade autárquica através da participação/fiscalização dos eleitores sobre o trabalho desenvolvido pelos candidatos eleitos é uma proposta que se inscreve na lógica eleitoral vigente.
Mas será possível o desenvolvimento de regiões como a nossa dentro do actual quadro legislativo? Pensamos que não!
As conhecidas assimetrias regionais existentes, de que o interior alentejano é um exemplo, continuam a manter-se, já que as acções que poderiam contrariar os efeitos da interioridade só aparecem a conta gotas e desenquadradas de uma verdadeira estratégia de desenvolvimento.
Não obstante as melhorias introduzidas pelo poder autárquico democrático nos últimos 27 anos, de que se destacam o saneamento básico e infra estruturas de âmbito educativo, social, cultural e desportivo, o distrito de Portalegre perdeu nos últimos 50 anos cerca de 50% da sua população residente.
Sendo certo que o Alto Alentejo sempre foi uma região pouco povoada, devido à dominância de uma agricultura e pecuária extensivas, o declínio demográfico só poderá ser travado se no interior da Região for criado um pólo dinamizador que irradie de uma zona central.
Sabe-se que a cidade de Portalegre, só por si, não consegue polarizar zonas como Ponte de Sor, cujo desenvolvimento se associa ao Ribatejo e Vale do Tejo, bem como Elvas e Campo Maior que, dada a sua posição geográfica, tenderão a manter relações privilegiadas, do ponto de vista económico, com Espanha.
É evidente que a criação deste pólo carece de apoio político e forte investimento económico, para que, a par dos necessários incentivos à criação de novas indústrias e serviços possa ser dinamizada a modernização da agricultura.
No que se refere ao turismo o desenvolvimento e difusão da zona de turismo de S.Mamede pode ajudar as populações e as zonas rurais a saírem do isolamento em que se encontram.
A reestruturação e os investimentos em curso na Coudelaria de Alter, a afirmação do cavalo lusitano e a prática da equitação e desportos afins poderão contribuir para a atracção de um considerável fluxo turístico ao concelho de Alter que, cada vez mais, será integrado no circuito tradicional do nordeste alentejano que inclui Castelo de Vide, Marvão e Portalegre.
No entanto para isso é urgente que as acessibilidades acompanhem esta perspectiva de desenvolvimento, isto é, que a par do eixo Lisboa-Badajoz e da IP2, seja construída com brevidade o IC 13, eixo importante na ligação de Lisboa a Portalegre, que, diminuindo consideravelmente a distância e o tempo de percurso, entre as duas cidades atravessará a zona central, onde se deverá situar no futuro, que desejamos próximo, o pólo dinamizador desta região, que certamente beneficiará o nosso concelho.
O presente texto tem cerca de 4 anos, ou seja, corresponde ao período da actual legislatura autárquica. É altura de se fazer um balanço da situação.
Passaram pelo poder central 4 governos desde então e o que verificamos:
- O quadro legislativo que permita uma alteração no sentido do desenvolvimento não foi modificado;
- Não se conhece uma verdadeira estratégia de desenvolvimento integrado e sustentável do Alentejo;
- O distrito de Portalegre continua a perder população sendo a zona mais envelhecida do nosso País;
- Não se conhece a existência de um forte investimento público ou privado que permita a formação de um pólo de desenvolvimento;
- O turismo deu alguns passos mas faltam-lhe as acessibilidades e uma ligação estruturada ao património e à cultura da região;
- A Coudelaria de Alter está efectivamente a transformar-se num motivo de atracção turística mas, por si só, é insuficiente para sustentar uma corrente turística com interesse económico no norte alentejano;
Em conclusão: Sabemos que não é fácil o caminho, mas esperemos que a lentidão das respostas não afaste de vez a nossa esperança.

(João Aurélio Raposo)

domingo, maio 8

A VERDADEIRA IDENTIDADE DE JEITOSINHA (autor desc.)

Capítulo XVII - Bye Bye Ets
Condenados a sair da história pelos leitores deste folhetim, que entupiram nossa caixa de e-mails com pedidos neste sentido, os Ets finalmente se preparam para voltar ao seu planeta ameaçado.
- O que você andou fazendo a tarde inteira? - perguntou um dos membros da equipe ao chefe da expedição, um cientista brilhante em seu mundo.
- Nada demais... Encontrei os restos de um humano esquartejado e, só para me distrair, o trouxe de volta à vida... - disse, apontando uma figura no canto do laboratório.
Toda a tecnologia dos homenzinhos verdes não foi suficiente para impedir que, visualmente, o resultado final ficasse sofrível. Mas era possível reconhecer, naquele homem repleto de cicatrizes, as feições de Ambrósio.
- Ele recuperou a memória e a razão?
- Está um pouco confuso ainda... - disse o cientista. - Talvez nunca volte a ser o que era antes, mas foi divertido brincar de Deus e inverter a ordem natural das coisas, antes de deixar definitivamente este mundinho atrasado.
Sabe-se lá o que este monstro fará nesta sua volta à vida...
A nave deixa o homem à beira da estrada deserta e levanta voo rumo ao infinito. Não muito longe dali um cabisbaixo Bruno faz seu caminho de volta para casa, ainda entorpecido pela descoberta de que sua doce Jeitosinha era uma garota de programa.
Como se não bastasse, sentia a confusão mental causada pela percepção de que sua experiência com o travesti no Bordel foi totalmente inconclusiva. Até ao momento em que Jeitosinha interrompeu o acto sexual, ainda não havia encontrado prazer. Mas era difícil saber como a coisa iria terminar. Bruno não tinha pressa para chegar a lugar nenhum. Precisava pensar e, talvez involuntariamente, acabou passando em frente à casa de Jeitosinha. Sentiu um nó no coração ao ver a janela do quarto da moça. Saudades de um passado perfeito e uma profunda revolta por sentir que um futuro feliz havia sido abortado.
- Bruno?... - por um momento pensou ser Jeitosinha, mas a voz que vinha da varanda escura da casa era mais grave.
- Adenair? - Sim... - disse o suave irmão da loira, aproximando-se. -
- Você não parece bem... Quer conversar? Bruno encarou Adenair.
Ele nunca havia percebido o quanto o rapaz se parecia com Jeitosinha!
- Não creio que você possa me ajudar...
- Talvez eu possa... - respondeu o moço, com a voz tremula de emoção e desejo.
Será que Bruno e Adenair... hmmm... Será? E Ambrósio? Vai querer vingança?

sábado, maio 7

SEDE DE PODER

Na página «Notícias Lusófonas» dá-se conta do comportamento aberrante, anacrónico e anti-democrático da Igreja católica em Timor.

Segundo a Lusa: A Igreja Católica quer que o caos passe ao Poder em Timor-Leste.
«Novas exigências da igreja católica timorense inviabilizaram, o fim da manifestação anti-governamental que há 19 dias mantém o país em suspenso. Exorbitando todas as suas funções num Estado de Direito, a Igreja parece apostada em levar o país para o caos.
A situação em Timor parece um barril de pólvora prestes a explodir, e o porta-voz do Episcopado, padre Domingos Soares, bem se esforça por «incendiar» os ânimos dos manifestantes.
O piedoso prelado tenta acirrar os ânimos da multidão de fanáticos que arregimentou explicando-lhes como devem actuar no caso de a Polícia utilizar gás lacrimogéneo, bem como a forma de a enfrentar caso os tente dispersar pela força.O primeiro-ministro Mari Alkatiri já fez cedências «importantes» à Igreja, um erro estratégico, e assim a saga continua. E a História permite prever que continuará até ao estabelecimento de uma teocracia, uma ditadura religiosa fundamentalista.
A Igreja timorense segue o preconizado por João Paulo II em «Memória e identidade»; ”Parlamentos que criam e promulgam essas leis devem estar conscientes de que transgridem os seus poderes e se colocam em conflito aberto com a lei de Deus e a lei natural”.
N’«O Evangelho da Vida» (1995), João Paulo II, pedia a desobediência pública a César em nome de Deus: «Quando uma lei civil legitima o aborto ou a eutanásia, deixa de ser, por essa mesma razão, uma verdadeira lei civil, e por isso moralmente obrigatória... Está inteiramente privada de autêntica validade jurídica».
Aliás, ele o nunca aceitou a democracia, a que chamou «uma liberdade que cria escravos», uma nova Serpente Bíblica a tentar com o fruto do conhecimento populações que certamente preferiria, tal como o actual Papa, manter simples e longe da influência de intelectuais...

PS: Nas últimas horas o governo e os bispos chegaram a acordo. Mas na surrelfa os padres mais fundamentalistas, continuam a instigar a xenofobia contra Alkatiri.

sexta-feira, maio 6

POUCA VERGONHA

O Presidente e o primeiro-ministro timorenses esperaram ontem em vão pelos dois bispos católicos para a cerimónia de assinatura da Declaração Conjunta que poria fim à manifestação anti-governamental, que se prolonga há 18 dias em Díli.A imprensa e o Corpo Diplomático foram convidados para a cerimónia que devia realizar-se na Presidência da República, mas ao fim de duas horas e meia, o Presidente Xanana Gusmão desistiu de esperar, explicando aos jornalistas que a Igreja ainda está a trabalhar no documento.
Para o documento ser assinado, os bispos Alberto Ricardo Silva, de Díli, e Basílio do Nascimento, de Baucau, deveriam ter respondido à contraproposta que lhes foi remetida quarta-feira pelo Presidente e pelo primeiro-ministro timorenses, cujo conteúdo não foi divulgado.
Entretanto, contactado pela Agência Lusa, o Vigário-geral, ou vigarista geral? da Diocese de Díli, padre Apolinário Guterres, disse desconhecer qualquer convite para uma cerimónia de assinatura de documentos em que estivessem presentes os dois bispos.

Uma autêntica vergonha, a falta de respeito desta escumalha.

quinta-feira, maio 5

SANTO DO PAU OCO

A devota subserviência e o benevolente esquecimento sobre os pesados pecados de João Paulo II, são o prenúncio da reabilitação do cardeal Ratzinger, de que o Opus Deis, a Comunhão e Libertação e os Legionários de Cristo e outras horrendas seitas tratam de levar a cabo.

Sabe-se que a manifestação organizada no funeral, a exigir a rápida canonização, «santo súbito», foi organizada por um padre polaco e por membros da igreja do seu país natal, que distribuíram os cartazes e orquestraram os slogans, como num qualquer comício político.

João Paulo II, considerou o tenebroso Pinochet e a amantíssima esposa como «casal cristão exemplar», ministrou-lhes embevecido a eucaristia e apareceu à varanda do Palácio La Moneda com o frio torcionário para ser ovacionado pelos devotos, sem se lembrar de que, naquele mesmo palácio, se tinha suicidado Salvador Allende, presidente eleito, deposto pelo golpista seu amigo.

Intercedeu pela libertação de Pinochet quando foi detido em Londres, por crimes contra a humanidade, por ordem do juiz Baltasar Garzon, usando argumentos jurídicos. Pediu a sua libertação, alegando que os crimes foram cometidos quando gozava da imunidade de Chefe de Estado. Como se o facto de criminosamente ter tomado o poder, fosse justificativa.
Em 23 de Fevereiro de 1981, quando o grotesco tenente-coronel Tejero Molina tentou restabelecer a ditadura, deu-se a coincidência de estar reunida a Conferência Episcopal Espanhola. Nem o Papa, nem os bispos nem o seu núncio apostólico condenaram a tentativa de golpe de Estado, limitaram-se a recomendar aos espanhóis o piedoso exercício da oração.
Não se limitou a apoiar as ditaduras fascistas da América do Sul, empenhou-se em derrubar os governos democráticos de esquerda numa cegueira insana de quem confundiu sempre as ditaduras estalinistas com o socialismo democrático resultante de eleições livres e submetido à alternância democrática.

Em relação à SIDA o defunto Papa portou-se como um verdadeiro criminoso. Não se limitou a aconselhar a castidade como propalam os seus sequazes, foi cúmplice da mentira que atribuía ao preservativo «minúsculos orifícios» permeáveis ao vírus e promoveu a informação sobre a sua inutilidade em países africanos onde o flagelo está sem controlo. O arcebispo de Nairobi foi ainda mais longe atribuindo aos preservativos responsabilidade pela SIDA sem ter sido desautorizado pelo Papa, apesar do ruído mediático feito à volta da boçal declaração.Muitas violações de crianças se teriam evitado nos Estados Unidos, se em vez de um silêncio cúmplice, exigindo discrição à Igreja sobre os casos de pedofilia dos padres americanos, apesar das repetidas chamadas de atenção que lhe foram feitas, tivesse mandado comunicar os casos às autoridades.

Mas que poderia esperar-se de um admirador de José Maria Escrivá de Balaguer, a quem fez santo, esse grande admirador de Franco que mandou assassinar centenas de milhares de adversários políticos mas nunca faltou à missa e à eucaristia?

quarta-feira, maio 4

GOSTAVA DE ENTENDER…

O Cardeal Ricardo Maria Carles, compara a decisão do governo espanhol em permitir o casamento de homossexuais, às decisões do governo de Hitler, considerando que seguir a nova lei em vez da consciência «conduzirá a Auschwitz».

Pos sua vez, o Cardeal Trujillo, em entrevista à TV 3, diz: «os que fizeram Auschwitz não eram delinquentes, mas pessoas que foram obrigadas, ou pensavam que deviam obedecer às leis do governo nazi, e não à sua consciência»!

…mas tá difícil.

MENSAGEM - Fernando Pessoa

MAR PORTUGUÊS III

PADRÃO

O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.

A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.

E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.

E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.

terça-feira, maio 3

FUNDAMENTALISTAS

Dois cidadãos portugueses que, por lapso entraram na zona onde decorre a manifestação católica contra o governo de Timor-Leste, foram selvaticamente agredidos e sequestrados.
Levados para a Residência do Bispo, o chefe dos energúmenos, foram interrogados durante quatro horas, chegando às raias da tortura psicológica.
Se esta canalha toma o poder, ainda instala um regime Taliban. Podem crer.

SERÁ?

“…os fiéis são pessoas simples que é preciso proteger dos intelectuais…”

“…não há salvação fora da Igreja Católica Apostólica Romana”

Joseph Ratzinger

segunda-feira, maio 2

DEBATE NA A.R.

No primeiro debate mensal do novo governo sobre Justiça, o PSD propôs um Pacto ao governo, para que tudo fosse tratad nas costas do povo.
Felizmente José Sócrates não aceitou, acha que as leis devem ser abertamente debatidas na Assembleia da República, a Sede da Democracia.
Esta Direita segredaria, está sempre pronta a negociatas nas costas do povo, os trafulhas.
Depois do PPD/PSD incompetente, populista e demagogo de Santana Lopes, temos o PSD intriguista e conspirativo de Marques Mendes.

MEMÓRIA

Crónicas do Planalto
Era um dia quente de Maio, como só o Alentejo tem.
Sentados na paragem de autocarros, os dois “inimigos do peito” ouvem o pequeno rádio a pilhas e vão comentando as notícias. Fala-se de Timor-leste e do presidente Xanana Gusmão.
O amigo João Lindo, comenta:
-Isto sim é que é um homem, assim é que Portugal devia ter um presidente.
Joaquim Melita, espírito de contradição como só ele, abre a boca num sorriso desguarnecido de dentes, e atira de chofre:
-Nã sejas parvo, até parece que tu conheces o homem
João Lindo com um ar de superioridade condescendente, responde:
-Eu? Tu és mesmo uma cabeça tonta. Nã conheço eu outra coisa. Atão, se ele foi durante uma data de anos extremo-esquerdo do Benfica?

domingo, maio 1

O 1º DIA

Este blog tem origem em Seda, Alto Alentejo, e está aberto a todos os que quiserem colaborar, independentemente das suas opiniões políticas, religiosas ou filosóficas.
As condições de publicação são da responsabilidade exclusiva do Editor, e vai directamente para o Caixote do Lixo, tudo o que vier com Ofensas Pessoais ou Palavras Ordinárias.

http://cronicasdoplanalto.blogspot.com

É isso mesmo. Para quem não sabia aí está. Não sei se vou dar conta do recado, mas vou tentar. Quem me quiser ajudar, mande material.
Espalhem a notícia.

Foi assim que começou esta aventura há precisamente UM ANO.
De então para cá, por motivos alheios à minha vontade, o velho “Crónicas” perdeu o “s”, e transformou-se em “Crónica do Planalto”.

http://cronicadoplanalto.blogspot.com

Mas o espírito mantém-se…

COMEMORAÇÕES

Hoje é o DIA DO TRABALHADOR
Comemora-se há 31 anos em Portugal
Que saudades do 1º de Maio de 1974

Como calha ser o 1º Domingo de Maio
É também o DIA DA MÃE