Episcopado brasileiro exige condenação do aborto e da eutanásia no país
O desprezo que a Igreja manifesta por toda a opinião livre, revela-se com particular violência na América do Sul onde o tratamento reservado aos autóctones está a meio caminho entre o carinho que prodigalizava aos índios na doce tarefa da evangelização e os maus tratos piedosos aos hereges da Inquisição.
Na sequência da 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional de Bispos do Brasil, uma reunião de inveterados celibatários, todos do sexo masculino, gente que não sabe nada do que é a vida real a não ser pelos ecos do confessionário, a quem nada falta, tomaram, entre outras, as seguintes decisões:
1 - Pedir ao presidente Lula que «não sancione nenhuma lei que atente contra o direito à vida, por exemplo a aprovação de qualquer tipo de aborto», ou seja, nem em caso de violação, risco de vida para a mãe ou malformações congénitas;
2 - Condenar as iniciativas do Executivo brasileiro, como «a distribuição maciça de preservativos, além de produtos abortivos como o DIU e as assim chamadas pílulas do dia seguinte».
3 - Recordar a carta do Presidente Lula à CNBB em que se comprometia a «não tomar nenhuma iniciativa que contradiga os princípios cristãos», esperando que «tais propósitos sejam traduzidos em gestos concretos, inclusive quando isso exigir o exercício do seu poder de veto», quer quanto a projectos de lei, quer quanto à afectação de recursos financeiros.
Em suma, condicionar a sociedade civil, intrometer-se na política e impor os seus preceitos a todos os cidadãos independentemente de acreditarem ou não na virgindade de Maria e na castidade dos Srs. Bispos, é o objectivo da Igreja Brasileira.
sábado, setembro 3
RESPEITO PELO PRÓXIMO?
Posted by A.Mello-Alter at 9/03/2005 02:41:00 da tarde
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Por isso cada vez mais o Ser Humano vai perdendo a Fé, naqueles que deveriam ser os impulsionadores dos sentimentos da Humanidades...
ResponderEliminarPassei para te deixar um abraço e desejar um bom fim de semana ;)
as eleições podem não estar tão longe quanto isso, xor Repórter. E Lula luta desesperadamente por não perder apoios entre os eleitores.
ResponderEliminarÉ a altura certa para os abutres atacarem.
E, para ti, Joaquim, já sei o que te vou ler esta noite.
(tinha trazido o teu Fernando Pessoa...)
Até já
(Maio, Itália)
ResponderEliminar"E como as palavras são como as cerejas, ou seja, palavra puxa grunhido, vem precisamente a talhe de foice a questão do referendo italiano de 12 e 13 de Junho próximo.
Não, não falo do referendo da Constituição Europeia, uma questão até hoje ignorada em Itália (existe apenas o interesse pelo previsto não francês que conheceremos hoje).
O referendo italiano trata da revisão da tristemente famosa lei 40 (aprovada não se sabe como em 2004) colocando-se aos italianos 4 complicadas questões, que se resumem ao sim ou não à fertlizaçao clinicamente assistida, à fecundação heteróloga, ao congelamento de embriões e ao aproveitamento das células estaminais embrionárias para tratmento de doenças cardiovasculares, Parkinson e Alzheimer, entre outras.
Pois bem, por incrível que pareça, a luta referendária não se desenvolve entre os habituais sim e não, mas entre o sim, o não e a abstenção.
E isto porque a Igreja, sempre pela voz do Cardeal Ruini (presidente do Conselho Episcopal Italiano) apela veementemente a uma miltante abstenção.
Ultrapassando a questão das células estaminais (pois possa a Igreja nada ter aprendido com Galileu Galilei, nada nem ninguém impedirá o normal desenvolvimento da ciência, mesmo que episodicamente renegada para evitar uma sentença de morte, prisão perpétua e excomunhão), fixemo-nos na procriação assistida em caso de dificuldade de fertilização, ou na procriação heteróloga em caso de infertilidade (ou de doença grave genética).
Esperado seria o não da Igreja. Mas abstenção?
A abstenção é constitucionalmente possível e, neste caso, é aritmeticamente racional. A dita abstenção militante católica, somada à dos 30% dos habituais indiferentes que não prescindem de um dia de praia ou de uma manhã de santo trabalho (aqui vota-se domingo todo o dia e segunda até às 15 horas) perfará previsivelmente os 50% mais um de votos que tornarão nulo o referendo.
Mas porquê esta estranha e excepcional posição da Igreja?
De facto, por que razão o insistente apelo do Vaticano à abstenção, quando a sua posição é clara e convictamente pelo não? A tal operação de engenharia aritmética? Mas se nunca a Igreja recorreu a este estratagema!
De repente, a resposta surgiu-me. Igualmente clara, lógica e convincente: Como poderia a Igreja católica renegar um dos principais dogmas da sua existência, a da concepção sem pecado? De facto, Jesus Cristo foi o primeiro fruto da procriação heteróloga"!
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E na realidade, Joaquim, votaram 28% dos italianos. Que vivem agora esta situação:
é, pela lei 40, possível introduzir os três embriões (espermatozóide do pai, óvulo da mãe) no útero da mulher.
Um embrião é um "ser" que não se pode congelar e muito menos destruir.
Mas sabe-se que um embrião está geneticamente defeituoso. Então, a mulher deverá aguardar até às 12 semanas para abortar.
Incongruência? Estupidez?
A Igreja afirmava que, embora não concorde com a lei vigente, nada fará para anular a lei sobre a interrupção voluntária da gravidez.
Já tínhamos o turismo sexual, e o abortivo. Agora os italianos têm ainda o fertilizante .....
Acho que a minha inspiração está de férias, já estou a ficar impaciente com a sua ausência e preocupado ao mesmo tempo, porque não tinha nenhuns euros com ela, nunca mais regressa e estou precisando tanto dela, para continuar e concluir o romance!
ResponderEliminarDesejo-te um bom fim de semana
Beijos
olha o reporter a dar-me na cabeça ...
ResponderEliminarcalha bem, eu até gosto ....