terça-feira, fevereiro 28

PENSAMENTOS

"Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; […] Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha"

Agostinho da Silva – "Sete Cartas a um Jovem Filósofo", 1945

segunda-feira, fevereiro 27

BENFICA OLÉ…

E esta hein? O Glorioso habituou-se a malhar equipas de respeito.
Como não há duas sem três, depois de Manchester e Liverpool, calhou agora a vez do Porto.
Na mesma semana, o Benfica recebeu e bateu os últimos dois Campeões Europeus.
Não se compreende que continue a perder com equipas pequenas; Sporting, União de Leiria e Guimarães.

domingo, fevereiro 26

O PEQUENO PRINCIPE (A. de Saint-Exupéry)

Capítulo XXV
- Os homens, disse o principezinho, se enfurnam nos rápidos, mas não sabem o que procuram. Então eles se agitam, ficam rodando à toa...
E acrescentou:
- E isso não adianta...
O poço a que tínhamos chegado não se parecia de forma alguma com os poços do Saara. Os poços do Saara são simples buracos na areia. Aquele, parecia um poço de aldeia. Mas não havia ali aldeia alguma, e eu julgava sonhar.
- É estranho, disse eu ao principezinho, tudo está preparado: a roldana, o balde e a corda.
Ele riu, pegou a corda, fez girar a roldana. E a roldana gemeu como gemem os velhos cata-ventos quando o vento dormiu por muito tempo.
- Tu escutas? disse o príncipe. Estamos acordando o poço, ele canta...
Eu não queria que ele fizesse esforço:
- Deixa que eu puxe, disse eu, é muito pesado para o teu tamanho.
Lentamente, icei o balde até em cima, e o instalei com cuidado na borda do poço. Nos meus ouvidos permanecia ainda o canto da roldana, e na água, que ainda brilhava, via tremer o sol.
- Tenho sede dessa água, disse o principezinho. Dá-me de beber...

E eu compreendi o que ele havia buscado!
Levantei-lhe o balde até a boca. Ele bebeu, de olhos fechados. Era doce como uma festa. Essa água era muito mais que alimento. Nascera da caminhada sob as estrelas, do canto da roldana, do esforço do meu braço. Era boa para o coração, como um presente. Quando eu era pequeno, todo o esplendor do presente de Natal estava também na luz da árvore, na música da missa de meia-noite, na doçura dos risos...
- Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim... e não encontram o que procuram...
- Não encontram, respondi...
- E no entanto o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d'água...
- É verdade.
E o principezinho acrescentou:
- Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração...
Eu havia bebido. Respirava facilmente. A areia é cor de mel quando amanhece. E a cor de mel me fazia feliz. Por que haveria eu de estar triste?...
- É preciso, disse baixinho o príncipe, que cumpras a tua promessa. Ele estava, de novo, sentado junto de mim.
- Que promessa?
- Tu sabes... a mordaça do meu carneiro... eu sou responsável pela flor!
Tirei do bolso as minhas tentativas de desenho. O principezinho os viu e disse rindo:
- Teus baobás parecem um pouco repolhos...
- Oh!
Eu estava tão orgulhoso de meus baobás!
- Tua raposa... as orelhas dela... parecem chifres... são compridas demais!
Ele riu outra vez.
- Tu és injusto, meu bem, eu só sabia desenhar jibóias abertas e fechadas...
- Não faz mal, disse ele, as crianças entendem.
Rabisquei, portanto, uma pequena mordaça. Mas sentia, ao entregá-la, um aperto no coração:
- Tu tens projeto que eu ignoro...
Ele não me respondeu. Mas disse:
- Lembras-te da minha queda na Terra? Amanhã será o aniversário...
Depois, após um silêncio, acrescentou:
- Caí pertinho daqui...
E ficou vermelho ao dizê-lo.
E de novo, sem compreender porque, eu sentia um estranho pesar. No entanto, ocorreu-me a pergunta:
- Então não foi por acaso que vagavas sozinho, quando te encontrei, há oito dias, a milhas e milhas de qualquer região habitada! Não estarias voltando ao ponto da queda?
O principezinho ficou vermelho de novo.
E eu acrescentei, hesitando:
- Terá sido por causa do aniversário?...
O principezinho ficou mais vermelho. Não respondia nunca às perguntas. Mas quando a gente fica vermelho, não é o mesmo que dizer "sim"?
- Ah! disse-lhe eu, eu tenho medo...
Mas ele respondeu:
- Tu deves agora trabalhar. Ir em busca do teu aparelho. Espero-te aqui. Volta amanhã de tarde...
Mas eu não estava tranqüilo. Lembrava-me da raposa. A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...

sábado, fevereiro 25

TALIBANS ENTRE NÓS II

É um fartote, estes nossos “santos homens”.

Serras Pereira
“considera que «qualquer relação sexual que não vise a procriação é perversa e que «o aborto é um crime pior do que a pedofilia”

Cláudio Franco, dos Açores
“para além dos dislates mais descabelados, publicou os 10 mandamentos do demónio aos católicos não praticantes»”

Humberto Gama
“que numa sessão de exorcismo, exibe o órgão viril para extrair os demónios pela vagina da possessa”.

quinta-feira, fevereiro 23

TALIBANS ENTRE NÓS

Gonzalo Gironés, catedrático de Teologia jubilado e sacerdote valenciano, debitou no boletim paroquial «Aleluya», editado pelo Arcebispado de Valência, a prosa mais vil e misógina que se possa imaginar:

«Uma mulher queixava-se a um jornal da agressão que sofre metade da humanidade, ou seja as mulheres, por parte da outra metade. Prova disso são as 63 mulheres mortas às mãos dos cônjuges em Espanha no ano de 2005».

Resposta de Sua Eminência:

1º - Nada se diz do que fizeram as vítimas, que mais de uma vez provocam com a sua língua. (O varão, geralmente, não perde as estribeiras por domínio, apenas por debilidade: não aguenta mais e reage descarregando a sua força que se abate na provocadora).

2º - Não tiveram em conta que houve em Espanha, durante o mesmo período, 85.000 abortos reconhecidos? Por cada mulher morta às mãos de um homem houve 1.350 crianças assassinadas por vontade das mães. É pior.»


PS: Podem parecer estabafúrdias, figuras como a do Diácono Remédios, mas eles andam por aí…

MEMÓRIA

José Afonso, deixou-nos há 19 anos.

Traz Outro Amigo Também
(À memória de Miguel Ramos)

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte, todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

quarta-feira, fevereiro 22

ESPAÇO "PESSOA"

O Meu Olhar

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

(Alberto Caeiro)

terça-feira, fevereiro 21

FEZ UM ANO

Fez ontem um ano que o PS conseguiu a sua 1ª maioria absoluta.
Foi um ano complicado. Com eleições e campanhas, mais o estado caótico da economia do país.
Não podemos fazer balanços ao fim de um ano. Até porque Sócrates pediu o mandato por quatro anos e só nessa altura deve ser avaliado.
Foram tomadas medidas. Umas boas, outras menos, algumas pecaram por ser tímidas.
Mas não há dúvida de que é o governo mais reformador dos últimos tempos e o país estava a precisar.
Este governo teve o mérito de nos devolver um pouco da nossa auto-estima. E mesmo que não fizesse mais nada, tínhamos a agradecer o ter-nos livrado da humilhante palhaçada que foi o consulado de Santana Lopes.

segunda-feira, fevereiro 20

CARICATURAS

Roberto Calderoli, ministro das Reformas do Governo italiano, (entretanto demitido), mandou fazer t-shirts com as polémicas caricaturas de Maomé impressas.

«Mandei confeccionar t-shirts com as caricaturas contestadas pelo Islão e vou usá-las a partir de hoje. Estou pronto para oferecê-las a quem mas pedir. Não qualificaria esta iniciativa como provocação, é preciso terminar com esta fábula de que é necessário procurar o diálogo com estas pessoas. Querem humilhar-nos. É tudo...


O governante faz parte da direcção da Liga do norte, partido de extrema-direita que integra a coligação governamental do Executivo presidido por Silvio Berlusconi e é conhecido pelas suas tomadas de posição xenófobas.

É necessário que a Comunidade assuma uma posição firme e responsável, para que estes fundamentalistas, iguais aos outros, não tenham tanto protagonismo.
Este périplo de Javier Solana pelo mundo árabe a “baixar as calças” não foi nada digno.

domingo, fevereiro 19

O PEQUENO PRINCIPE (A. de Saint-Exupéry)

Capítulo XXIV
Estávamos no oitavo dia de minha pane. Justamente quando bebia a última gota de minha provisão de água, foi que ouvi a história do vendedor.
- Ah! disse eu ao principezinho, são bem bonitas as tuas lembranças, mas eu não consertei ainda meu avião, não tenho mais nada para beber, e eu seria feliz, eu também, se pudesse ir caminhando passo a passo, mãos no bolso, na direcção de uma fonte!
- Minha amiga raposa me disse...
- Meu caro, não se trata mais de raposa!
- Por quê?
- Porque vamos morrer de sede...
Ele não compreendeu o meu raciocínio, e respondeu:
- É bom ter tido um amigo, mesmo se a gente vai morrer. Eu estou muito contente de ter tido a raposa por amiga...
- Não avalia o perigo, disse eu. Não tem nunca fome ou sede. Um raio de sol lhe basta...
Mas ele me olhou e respondeu ao que eu pensava:
- Tenho sede também... procuremos um poço...
- Eu fiz um gesto de desânimo: é absurdo procurar um poço ao acaso, na imensidão do deserto. No entanto, pusemo-nos a caminho.
Já tínhamos andado horas em silêncio quando a noite caiu e as estrelas começaram a brilhar. Eu as via como em sonho, porque tinha um pouco de febre, por causa da sede. As palavras do principezinho dançavam-me na memória:
- Tu tens sede também? Perguntei-lhe.
Mas não respondeu à minha pergunta. Disse apenas:
- A água pode ser boa para o coração...
Não compreendi sua resposta e calei-me... Eu bem sabia que não adiantava interrogá-lo.
Ele estava cansado. Sentou-se. Sentei-me junto dele. E, após um silêncio, disse ainda:
- As estrelas são belas por causa de uma flor que não se vê...
Eu respondi "é mesmo" e fitei, sem falar, a ondulação da areia enluarada.
- O deserto é belo, acrescentou...
E era verdade. Eu sempre amei o deserto. A gente se senta numa duna de areia. Não se vê nada. Não se escuta nada. E no entanto, no silêncio, alguma coisa irradia...
O que torna belo o deserto, disse o principezinho, é que ele esconde um poço nalgum lugar.
Fiquei surpreso por compreender de súbito essa misteriosa irradiação da areia. Quando eu era pequeno, habitava uma casa antiga, e diziam as lendas que ali fora enterrado um tesouro. Ninguém, é claro, o conseguira descobrir, nem talvez mesmo o procurou. Mas ele encantava a casa toda. Minha casa escondia um tesouro no fundo do coração...
- Quer se trate de casa, das estrelas ou do deserto, disse eu ao principezinho, o que faz sua beleza é invisível!
- Estou contente, disse ele, que estejas de acordo com a raposa.
Como o principezinho adormecesse, tomei-o nos braços e prossegui a caminhada. Eu estava comovido. Tinha a impressão de carregar um frágil tesouro. Parecia-me mesmo não haver na Terra nada mais frágil. Considerava, à luz da lua, a fronte pálida, os olhos fechados, as mechas de cabelo que tremiam ao vento. E eu pensava: o que eu vejo não é mais que uma casca. O mais importante é invisível...
Como seus lábios entreabertos esboçassem um sorriso, pensei ainda: "O que tanto me comove nesse príncipe adormecido é sua fidelidade a uma flor; é a imagem de uma rosa que brilha nele como a chama de uma lâmpada, mesmo quando dorme..." Eu o pressentia então mais frágil ainda. É preciso proteger as lâmpadas com cuidado: um sopro as pode apagar...
E, caminhando assim, eu descobri o poço. O dia estava raiando.

sábado, fevereiro 18

VERGONHA & NOJO

A televisão Australiana, divulgou novas fotografias e vídeos gravados em Abu Ghraib.
E as imagens mais horrorosas ficaram por mostrar.

Que vergonha…

O exército inglês, maltratou crianças para tentar “amolecer” os pais.
Que nojo…

Lemos, ouvimos e vemos, não podemos ignorar.

quinta-feira, fevereiro 16

OLHA QUE DOIS

Terminou o período da nossa azáfama eleitoral, alguns actores políticos começam a movimentar-se. Isso é mais evidente na extrema-direita, eclipsada nos últimos tempos.

Paulo Portas já cumpriu o período de resguardo, após a derrota nas urnas de Fevereiro passado, volta a dar a cara. Com bastante tempo até ás próximas eleições e dois inimigos no poder, José Sócrates por ser PS e Cavaco porque é inimigo mesmo, o Paulinho está nas suas sete quintas. Vem por aí intriga e baixa política

Telmo Correia também está de volta. Muito discreto desde o “trapalhão” discurso no congresso do CDS/PP, que perdeu, volta com críticas á estratégia do partido, o que já se esperava. Como deve ter aprendido alguma coisa com erros cometidos, aposto que vai tentar conquistar a liderança do partido, agora “ao colo” de Portas.

O actual líder é carta fora do baralho. Não se aguenta muito mais tempo num lugar que nunca conseguiu “agarrar”.

quarta-feira, fevereiro 15

ESPAÇO "PESSOA"

Da Minha Aldeia

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

(Alberto Caeiro)

terça-feira, fevereiro 14

FILHOS DA …!!

O antigo executivo da Câmara de Lisboa, prometeu durante a campanha eleitoral, uma piscina para cada bairro da cidade. Promessas…
A poucos dias das últimas Autárquicas, mais precisamente em Setembro, foram quatro inauguradas, para “enganar eleitor”.
Continuam todas fechadas. Por falta de equipamentos, por má construção, ou por falta de modelo de gestão.
Enfim, canalhices de políticos …

segunda-feira, fevereiro 13

FUNDAMENTALISTAS

Eu sou completamente agnóstico. Não me diz nada a fé irracional das pessoas crentes.
Estou plenamente convencido, que o mundo será muito mais seguro e feliz, quando todas as religiões caírem no esquecimento, ou pelo menos se restrinjam a pequenas minorias pouco esclarecidas.
Incomoda-me muito o fenómeno de Fátima. A exploração mercantilista, vendem-se todo o tipo de bugigangas, e a exaltação do sofrimento dos peregrinos, entristece-me.
Mas acho que devia ser um espaço aberto a todos e não só de uma confissão, para fundamentalismos já temos que cheguem.
Este novo papa, é que não está de acordo. Não gostou nada de ver o Dalai Lama e um grupo de Indús a rezar no santuário.
Assim, o controlo de tudo vai sair da diocese e passar para Roma. E vai ser nomeado um “controlador”, uma espécie de Torquemada dos tempos modernos, para vigiar tudo.

Este novo papa, apesar da muita idade, não esquece as lições de xenofobia que “bebeu” na Juventude Nazi.

domingo, fevereiro 12

O PEQUENO PRINCIPE (A. de Saint-Exupéry)

Capítulo XXIII
- Bom dia, disse o principezinho.
- Bom dia, disse o vendedor.
Era um vendedor de pílulas aperfeiçoadas eu aplacavam a sede. Toma-se uma por semana e não é mais preciso beber.
- Por que vendes isso? perguntou o principezinho.
- É uma grande economia de tempo, disse o vendedor. Os peritos calcularam. A gente ganha cinqüenta e três minutos por semana.
- E o que se faz, então, com os cinqüenta e três minutos?
- O que a gente quiser...
"Eu, pensou o principezinho, se tivesse cinqüenta e três minutos para gastar, iria caminhando passo a passo, mãos no bolso, na direcção de uma fonte..."

sábado, fevereiro 11

HIPOCRISIA

Uma autêntica hipocrisia, a do Major Batateiro, no apelo a Jorge Sampaio, sobre o Segredo de Justiça.
O importante, não são as trafulhices onde chafurdam, mas o facto de elas se tornarem públicas.
Quem viu o Major há dias na televisão, a afirmar que não havia nada contra ele e agora lê o teor das escutas telefónicas, fica siderado com a “cara de pau” desta gentalha.
Teria sido também o Procurador que o “persegue” quem telefonou a António Garrido, ou quem falou põe ele?
Eu não mudo as minhas opiniões facilmente. Ainda hoje acredito na inocência de Carlos Cruz, por exemplo. Mas quando vi no dia que foi chamado a depor, o ar “gozão” de quem “traz a justiça no bolso”, do Major Valentim Loureiro, cheguei à seguinte conclusão:
- Não é só um populista prepotente, é também um homem sem vergonha.

Querem apostar que tudo isto vai dar no mesmo que os casos Beleza e Duarte Lima?

quinta-feira, fevereiro 9

MUITO TRISTE


O Profeta Maomé, lá no paraíso onde repousa, está muito triste.
Nunca imaginou que era seguido por um povo tão estúpido.

quarta-feira, fevereiro 8

E SE...?

Os nossos digníssimos e mui bem pagos juizes, estão em greve de zelo.
Se eles já trabalhavam pouco, agora tornaram-se autênticos calões.

E se o Ministério da Justiça deixasse de lhes pagar o escandaloso Subsídio de Renda?

terça-feira, fevereiro 7

DIA A DIA

Dia das Cinco Chagas do Senhor. Dia de São Romualdo, abade.

História feita a 7 de Fevereiro

1792 A Áustria e a Prússia formam uma aliança contra a França.

1845 O vaso de Portland, vaso romano feito de vidro datado do século primeiro a.C., é partido por um visitante bêbado no Museu Britânico.

1947 Uma parte significativa dos Escritos do Mar Negro, datados de 150 a.C. e 68 d.C., é encontrada nas grutas a ocidente do rio Jordão.

1975 Legalização do PPD, terceiro partido a ser legalizado após o 25 de Abril.

1991 John Major, primeiro-ministro britânico, e os principais membros do seu governo saem ilesos de um atentado do IRA, quando uma carrinha armadilhada dispara três obuses mortais perto do n.o 10 de Downing Street.

1994 Explosão e incêndio na refinaria de Sines.

1995 Jorge Sampaio anuncia a sua candidatura à Presidência da República Portuguesa.

1995 Em Portugal, é lançado o porta-moedas electrónico

segunda-feira, fevereiro 6

SEGUNDA

Quando foi que demorei os olhos
obre os seios nascendo debaixo das blusas,
das raparigas que vinham, à tarde, bricar comigo?...
... Como nasci poeta,
devia ter sido muito antes que as mães se apercebessem disso
e fizessem mais largas as blusas para as suas meninas.
Quando, não sei ao certo.
Mas a história dos peitos, debaixo das blusas,
foi um grande mistério.
Tão grande
que eu corria até ao cansaço.
E jogava pedradas a coisas impossíveis de tocar,
como sejam os pássaros quando passam voando.
E desafiava,
sem razão aparente,
rapazes muito mais velhos e fortes!
E uma vez,
de cima de um telhado,
joguei uma pedrada tão certeira,
que levou o chapéu do senhor administrador!
Em toda a vila,
se falou, logo, num caso de política;
o senhor administrador
mandou vir, da cidade, uma pistola,
que mostrava, nos cafés, a quem a queria ver;
e os do partido contrário,
deixaram crescer o musgo nos telhados
com medo daquela raiva de tiros para o céu...
Tal era o mistério dos seios nascendo debaixo das blusas


(Manuel da Fonseca)

domingo, fevereiro 5

O PEQUENO PRINCIPE (A. de Saint-Exupéry)

Capítulo XXII
- Bom dia, disse o principezinho.
- Bom dia, respondeu o guarda-chaves.
- Que fazes aqui! perguntou-lhe o principezinho.
- Eu divido os passageiros em blocos de mil, disse o guarda-chaves. Despacho os trens que os carregam, ora para a direita, ora para a esquerda.
E um rápido iluminado, roncando como um trovão, fez tremer a cabine do guarda-chaves.
- Eles estão com muita pressa, disse o principezinho. O que é que estão procurando?
- Nem o homem da locomotiva sabe, disse o guarda-chaves.
E trovejou, em sentido inverso, um outro rápido iluminado.
- Já estão de volta? perguntou o principezinho...
- Não são os mesmos, disse o guarda-chaves. É uma troca.
- Não estavam contentes onde estavam?
- Nunca estamos contentes onde estamos, disse o guarda-chaves.
- E um terceiro rápido, iluminado, trovejou.
- Estão perseguindo os primeiros viajantes? perguntou o principezinho.
- Não perseguem nada, disse o guarda-chaves. Estão dormindo lá dentro, ou bocejando. Só as crianças esmagam o nariz nas vidraças.
- Só as crianças sabem o que procuram, disse o principezinho. Perdem tempo com uma boneca de pano, e a boneca se torna muito importante, e choram quando a gente toma...
- Elas são felizes... disse o guarda-chaves.

sexta-feira, fevereiro 3

ALENTEJO


Ponte de Vila Formosa - Seda

quinta-feira, fevereiro 2

SERÁ?

Será que foi mesmo o Pingo de Bosta quem mandou bater no treinador?

DAS DUAS UMA...

Ou a Revista Visão resolveu entrar no "jogo" político.

Ou o país entrou num caminho muito perigoso
.

quarta-feira, fevereiro 1

DE TARDE

Naquele pique-nique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas
!

(Cesário Verde)