Coimbra, 27 de Julho de 1974
Vamos finalmente dar independência aos povos colonizados. Uma independência que sem dúvida lhes irá custar cara, mas não há nenhuma que seja barata. Depois desse acto
necessário e imperioso, Portugal ficará reduzido à tal nesga de terra debruada de mar. É a História que o exige, e oxalá que o destino também.
Oxalá que ele, depois de tantos séculos de dispersão e perdição, nos queira reduzidos ao núcleo matricial para que, assim recuperados, possamos iniciar nova aventura.
Nómadas do mundo, teremos de ser agora sedentários conviventes nesta Europa onde sempre coubemos mal e nunca nos soubemos realizar. Partir era a nossa carta de alforria. Hoje os caminhos não serão já os da demanda de espaços abertos a uma afirmação tolhida no berço, mas os de um achamento interior protelado séculos a fio.
Miguel Torga
quinta-feira, junho 15
PALAVRAS DOS OUTROS
Posted by A.Mello-Alter at 6/15/2006 01:52:00 da tarde
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