domingo, julho 19

Memórias I

A convite do Alexandre, entrei para a junta em 83, poucos dias após a tomada de posse. Na altura não imaginava sequer o que iria encontrar mas a primeira impressão foi péssima. Subidas as escadas, havia duas salas sujas e pouco mobiladas. A principal, tinha um velho armário para pastas, uma secretária comida pelo caruncho e meia-dúzia de cadeiras de plástico. O material de trabalho era um Livro Razão que vinha desde os anos 40 ( que nós apelidámos de livro do sabão) e velhos impressos de receita e despesa, edições da Imprensa Municipalista já em desuso naquela altura.

Escusado será dizer que não havia pastas de arquivo e a papelada estava espalhada pelas gavetas ou em maços atados com cordéis sem nenhuma indicação de data ou espécie.

A junta não tinha conta aberta num banco e o tesouro público não passava de umas centenas de escudos, guardados numa velha lata e contas por pagar.

A única solução que nos ocorreu, depois de tomar conhecimento do caos, foi arrumar os “tarecos” no velho armário e começar tudo de novo.

Salvou-se o Livro do Sabão, que continuou ao serviço até finais dos anos 90.

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