domingo, julho 29

SENSAÇÃO DE NOJO

Jaime Nogueira Pinto, um dos raros portugueses que não tem vergonha de se assumir como fascista, acaba de lançar um livro intitulado; António de Oliveira Salazar - O Outro Retrato.
Obviamente que não li. Certamente sentiria asco ao segurar nas mãos semelhante estrume. Mas ouvi uns ecos.
A nossa sociedade subdesenvolvida, ainda é muito atreita a actos considerados porcos, tais como escarrar no chão e divulgar este tipo de trampa.
Sustenta o Sr. N. Pinto, (N de nojento), que a ditadura só é responsável por sessenta mortes durante os quarenta e oito anos.
Coisa que até seria patético rebater;

MUEDA – MOÇAMBIQUE 16/06/1960
Depois, sem mais uma palavra, mandou a policia amarrar as mãos daqueles que estavam à parte, e a polícia começou a bater-lhes. Eu estava ao pé. Vi tudo. Quando o povo viu o que estava a acontecer, começou a manifestar-se contra os portugueses, e os portugueses limitaram-se a mandar avançar os camiões da polícia para lá meter os presos. Contra isto continuaram as manifestações. Nesse momento a tropa ainda estava escondida e o povo avançou para a polícia, tentando impedir que os presos fossem levados dali. Então o governador chamou a tropa, e, quando os soldados apareceram, mandou-os abrir fogo. Mataram à volta de 600 pessoas.

Obviamente que este Massacre e mais outras dezenas como Wyriamu, etc, não contam.
Apesar de considerarem a unidade de um Portugal do Minho a Timor, tratava-se de indígenas, pretos.
Para um bom fascista, eram seres inferiores. Duvidavam até que tivessem alma. Não têm portanto entrada no número contabilizado.

3 comentários:

  1. Eu li o livro. E estive umas boas horas a falar com ele. O Jaime Nogueira Pinto não se assume como fascista. Apenas acha, e eu também, que a história do Estado Novo tem de ser contada, levando em conta também as coisas boas e não apenas as más. Mais: um fascista é alguém que quer revolucionar por um ideal, por um mundo novo. O Salazar sempre foi conservador, pela manutenção da tradição, do mundo que conhecia. Lê o livro, que vale a pena.
    Carlos

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  2. Não li o livro, até ver, mas espero ler, um dia destes.

    E sabes, acho que a História de um Povo, tem que ser contada, não pode ser esquecida, mais não seja em memória dos que caíram...

    Não pudemos esquecer o que fomos, donde nascemos, quais foram as nossas limitações e saber passar essas memórias aos vindouros, para que saibam, para que analisem, para que tirem os dividendos daquilo que herdaram


    Um abraço ;))

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