Á ÁGUA
Ao ver-te correr pró mar
Magoas meu coração
Contigo queria regar
As secas terras no Verão
Vais-te escapando entre montes,
Mas muita pena me deixas,
Daqui a pouco ouço queixas,
E só te vejo é nas fontes.
Primeiro que tu te aprontes,
Novamente para voltar,
Háde-te o vento arrancar
Junto à febre do tempo,
Entristas meu pensamento,
Ao ver-te correr pró mar.
Sonho que te tenho presa,
Acordo já não te vejo,
É o meu grande desejo,
Da tua imensa beleza.
És sangue da natureza,
Para toda a criação,
Se tivesses divisão,
Este mundo era um jardim,
Mas ao ver-te fugir de mim,
Magoas meu coração.
Eu sonho contigo, e rego,
Acordo, não vejo a enxada.
Dás-me tamanha empreitada,
Nem a dormir tenho sossego.
Contigo tanto “bodego”,
Contigo me vou lavar.
Não te quero deixar passar,
Para os lados do oceano,
Os campos secos e planos,
Contigo queria regar.
A gente que se aborrece,
Por falta de inteligência,
Não vêem que és providencia,
O nome divino mereces.
Para mim nunca me esqueces,
E te tenho em estimação,
Se eu tivesse a decisão,
De comigo te poder levar,
Ia contigo regar,
As secas terras no Verão
«Alexandre Malheiro – poeta popular»
quinta-feira, julho 19
POESIA POPULAR
Posted by A.Mello-Alter at 7/19/2007 02:29:00 da tarde
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JAGue (jAG) estás desafiado. P.f. passa lá no meu "Monte da Estranheza".
ResponderEliminarBjs. Luz e paz.
Bom f.s
VOU DE FÉRIAS! BOAS FÉRIAS!
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