segunda-feira, março 27

DIA A DIA

Simplex 2006
333 medidas do governo para combater a burocracia. Tá bem.
Quem não acha muita graça é a oposição. Como é que se combate um governo que, bem ou mal…, faz?

O novo Projecto de Lei que substitui penas de prisão inferiores a três, para políticos e afins, por inibição para o desempenho dos cargos, parece-me bem. Mas…, preciso de mais informação.

Pode chegar às centenas os portugueses expulsos do Canadá. Era óbvio que alegar Perseguição Religiosa, para pedir Asilo Político, não ia resultar. Foram “comidos” por advogados sem escrúpulos.

Dia Mundial do Teatro
Vai haver avanços no caso do Parque Mayer, já no próximo mês. Embora as obras ainda não tenham começado, já vai abrir o Casino que servia de contrapartida.
Será que os actores já perceberam que foram manipulados por um político vigarista?

Chegou hoje a equipa do Barcelona…, e o meu coração não augura nada de bom.

13 comentários:

  1. O Vigarista!!! O livro representa-te!!! Ganda Xuxa!!!

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  2. O BURRO volta a atacar...
    Uma critica constructiva, por favor.

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  3. Não tenho culpa de me bteres confundido com um burro, só porque tens a mania de meteres a mão no pénis dos outos!!! Com es te tamanho torna-se mais devastado do que construtivo, não é? Dói, cada vez dói mais!!!!

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  4. Alexandre
    Veda a entrada a este filho da puta.
    È um alarve, não merece entrar na blogosfera.

    Júlio Sousa

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  5. Não posso fazer isso.
    Eu acredito que até o rebotalho tem direito de opinar.
    Não vou cortar a voz ao pobre diabo, coitado...

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  6. Júlio, não é "È", mas sim "É"!!!!! Filho dessa senhora??? Bem me parecia!!!!!

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  7. Esse anónimo... deixem andar o asno, que ele deve andar desempregado e sem nada que fazer.
    Carlos Caldeira

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  8. Este Governo mais não tem feito do que "Anunciar". E disso já eu estou fartadex!
    É um bluffffffff dos grandes!

    Já agora, o teu pai já sabe qual o endereço de caixa de correio que o Sócrates lhe ofereceu? Heheheheheh

    Este Governo, de anúncios, só existe à conta dos milhões de leitores das revistas cor-de-rosa, do 24Horas, do Crime e do Correio da Manhã.
    Carlos Caldeira

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  9. Quando os Governos não faziam nada não havia quaisquer comentários. Não havia matéria para criticar na blogosfera.
    Era a norma.
    Agora o Governo anuncia medidas que ninguém contesta mas é mau porque as anuncia.
    Penso que o Governo está no bom caminho. A oposição inglesa a Tony Blair e espanhola a Rodrigues Zapatero seguiram o caminho da crítica destrutiva, felizmente com os resultados que se conhecem.
    Espero que Sócrates siga os passos
    dos trabalhistas ingleses e dos socialistas espanhóis. O desenvolvimento do País terá de ser feito mesmo contra as aves agoirentas.
    A este tipo de argumentos respondem os democratas com 32 anos de um regime aberto a todos sem exclusão, mesmo aos seus inimigos declarados.É esta a força da democracia.
    João Raposo

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  10. É OPORTUNISMO

    Um governo pegar em projectos que estão a ser desenvolvidos há anos e apresentá-los como ideia e obra sua, e isso sucede com algumas das medidas anunciadas, incluindo nas trinta que foram consideradas.

    Exemplo:

    M131: DESMATERIALIZAÇÃO DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO

    Simplificar o processo de exportação com eliminação dos procedimentos manuais, substituindo a declaração em papel por uma declaração electrónica e eliminando as entregas sistemáticas de documentos anexos.

    Este projecto tem anos, desde que foi iniciado Portugal teve vários governos e agora que se encontra em fase de testes é transformada em obra de José Sócrates. Incluir medidas nesta fase de desenvolvimento é a mesma coisa que o governo anunciar que vai construir a Ponte Vasco da Gama só porque tenciona adjudicar um acesso ao Parque das Nações.

    É DEMAGÓGICO

    São muitas as medidas que não têm qualquer relação com simplificação administrativa ou redução da burocracia. Confundir declarações de princípios ou objectivos políticos com medidas é um truque que apenas serviu para impressionar os ignorantes com um programa tão extenso. É evidente que a mensagem passa junto de quem desconhece estas coisas, muito embora esta opção não abone em favor da honestidade intelectual de quem a adopta

    Exemplo:

    M231 - CONCILIAR O EQUILÍBRIO ECOLÓGICO E DESENVOLVIMENTO DAS POPULAÇÕES NAS ÁREAS DE REN

    Facilitar acções e actividades essenciais ao desenvolvimento das populações residentes em áreas de Reserva Ecológica Nacional, designadamente a construção de instalações de apoio às explorações agrícolas e de turismo rural, com salvaguarda dos valores ecológicos protegidos.

    Se isto é uma medida o que não uma medida? Nesta medida não há nada que simplifique o que quer que seja, e se considerarmos os projectos similares desenvolvidos pela Administração Central, pelas Autarquias e até pelos privados o programa teria milhares de medidas.

    É PROVINCIANISMO

    Transformar cada formulário que é convertido num formato electrónico numa medida de simplificação, talvez fosse uma medida há vinte anos atrás, agora não passa de um acto corrente, é um processo natural à medida que os meios tecnológicos evoluem. Se recuarmos na história nunca vimos um governo anunciar a criação de formulários em papel nos tempos em que se generalizaram as tipografias, ou, mais recentemente, ninguém se lembrou de transformar em medida a adopção das fotocópias para a emissão das muitas certidões que passaram a usar este suporte

    Exemplo:

    M260 – Criar formulários electrónicos para o pedido de autorização de criação de Estabelecimentos de Ensino Particular ou Cooperativo, dispensando o requerente de se dirigir aos serviços e disponibilizando informação estruturada e de acesso mais facilitado através da Internet.

    Há assim tantos milhares de estabelecimentos particulares a serem criados para que a mera criação de um formulário seja um progresso digno de apresentação por um primeiro-ministro?

    É CONFUSO

    A excitação criada em torno da multiplicação das medidas, o que terá levados muitos dirigentes a não querer ficar sem a sua medalha, multiplicou as medidas.

    Exemplo

    M265 - Simplificar o processo de equiparação a bolseiro e concessão de licença sabática, desmaterializando a emissão interna de pareceres, disponibilizando informação estruturada e de acesso mais facilitado através da Internet e implementando o e-mail directo.

    Alguém devia explicar onde está a simplificação, o que se entende por informação estruturada’ ou que inovação é essa do ‘e-mail directo’. Trocado por miúdos, isto não é nada.

    É CRIATIVO

    Algumas medidas mais do que uma simplificação não passam de momentos de criatividade dos seus autores.

    Exemplo:

    M246 – Criar espaços de trabalho electrónico para grupos específicos de interesses nomeadamente para as comissões de acompanhamento de fluxos específicos de resíduos.

    Alguém deveria explicar se a concretização desta medida passa pela adopção da vídeo-conferência ou se, muito simplesmente, vai ser usada a possibilidade de conversação simultânea oferecida pela generalidade dos telemóveis.

    É MILAGROSO

    Muitas das medidas não passam de actos de gestão corrente ou de produção legislativa usual, basta ler os regulamentos comunitários relativos à PAC para se perceber que organismos como o ING têm que adoptar milhares de normas que mais do que de simplificação administrativa são medidas de aplicação administrativa.

    Exemplo:

    M269 – Criar um quadro legal comum em matéria de pagamentos complementares dos sectores das carnes de bovino, ovino e caprino.

    Medidas como estas são adoptadas aos milhares e muito mal estaria o país se fosse necessário o Simplex para as adoptar.

    É PLÁGIO

    É positivo que se copiem as experiências alheias mas se forem apresentadas com pompa e circunstância então convém lembrar que algumas não passam de cópias alheias

    Exemplo:

    M241 – Criar um Portal da Habitação que garanta o acesso dos cidadãos à informação relevante em matéria de parque habitacional público e privado.

    Um portal com estas características foi lançado há cerca de um mês na vizinha Espanha.

    É OFENSIVO

    Dizer que se coloca na Internet uma determinada informação e acrescentar como medida que se vai possibilitar a cidadãos não residentes em Portugal o acesso a essa informação é ofender a inteligência de quem lê o programa, a não ser que Sócrates ache que cada país tem a sua rede Internet.

    Exemplo:

    M328 - Disponibilizar, via Internet, informações e serviços, que permitam ao cidadão português residente no estrangeiro requerer diligências e interagir com os serviços da Administração Pública, sem ter de se deslocar a Portugal ou a um posto consular.

    Quem lê esta medida fica a pensar, por exemplo, que para se entregar a declaração de rendimenstos do IRS por via electrónica tem que se vir a Portugal.

    CONCLUSÃO FINAL

    1. Se no programa fossem eliminadas as medidas que não o são, não se teria atingido as 333, da mesma forma que não foram atingidas as 400 prometidas, mas o programa seria mais sério. Da mesma forma se não houvesse a preocupação do espectáculo e se tivesse exigido maior consistência às propostas feitas pelos serviços ter-se-ia evitado o excesso de poluição provocado pelas propostas feitas por dirigentes bajuladores que tiveram que inventar medidas para dizerem que também são capazes.

    2. Sócrates optou por se parecer a Santana Lopes e apostar mais na imagem do que na consistência, e da mesma forma que Santana Lopes andava bater recordes de comensais em jantares da campanha eleitoral, Sócrates entregou-se a um fetiche numérico e apresenta pacotes que mais do que consistência política traduzem uma vocação para a aritmética criativa.

    3. É estranho que a par daquilo que se pretende fazer crer que é um mega programa não se avance com qualquer medida de gestão, com projectos de investimento ou qualquer outra medida que vise dotar o Estado com capacidades adicionais no domínio da modernização. Parece um milagre que Sócrates consiga tudo isto de forma quase milagrosa.

    4. Esperemos que um dia destes Sócrates não nos venha dizer que o facto de ter um curso de engenharia o ajudou a inventar a Internet em Portugal.

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  11. Vasco Graça Moura

    De repente, ocorreram-me as bolas de sabão. Na National Gallery de Washington há um belo quadro de Chardin em que uma criança, sentada ao pé da mãe que está a lavar a roupa numa celha de antigamente, sopra numa palhinha em cuja extremidade se vai formando uma pequena esfera transparente, enquanto, ao fundo, por uma porta aberta, se vê outra mulher, de costas, pendurando a roupa e um gato assiste placidamente a toda a cena. E há o magnífico Manet do Museu Gulbenkian de Lisboa, na pincelada ágil dos seus tons cinzentos e acastanhados, com um rapaz de uns treze ou catorze anos, a recortar-se sobre um fundo escuro, todo concentrado no enchimento da sua bola de sabão, soprando também num tubozinho esguio, enquanto segura uma tigela de faiança azul e branca na mão esquerda. Pressente-se que a bola ainda penderá da extremidade da palhinha durante segundos, até se libertar, e esse efémero momento, na sua precariedade e na sua interrogação, fascina o espectador.

    Alberto Caeiro fala na "precisão redondinha e aérea" das bolas de sabão no poema que começa: "As bolas de sabão que esta criança/ / se entretém a largar de uma palhinha / são translucidamente uma filosofia toda / claras, inúteis e passageiras como a Natureza".

    A bola de sabão tem ainda qualquer coisa em comum com o "trasunto reduzido" da máquina do mundo descrita por Camões: "um globo vêem no ar, que o lume / Claríssimo por ele penetrava, / De modo que o seu centro está evidente, / Como a sua superfície, claramente" (Lus. X, 77). Mas é sobretudo uma recordação ligada à infância, com o seu quê de madeleine proustiana. Fazia-se com sabão ou detergente diluídos em água e uma palhinha, ou com um preparado que se comprava nos bazares e vinha acompanhado de um pequeno instrumento de arame com uma argola na ponta, a qual, mergulhada no produto, retinha uma película que era preciso soprar delicadamente. Quando se era bem sucedido, libertavam-se aquelas esferas transparentes e leves, por vezes em miríades de bolhinhas, outras vezes mais encorpadas, subindo gravemente no ar entre brilhos, reflexos e múltiplas irisações coloridas, para se dissiparem pouco depois. Toda uma arte, toda uma perícia, toda uma destreza, todo um contentamento quando isso acontecia. E por vezes também toda uma irritação, quando a solução tinha pouca consistência, ou por haver uma corrente de ar, ou ainda quando algum dos irmãos, provocatoriamente, fazia rebentar as bolas de sabão mal elas começavam a pairar…

    Encontrei na Internet um documento interessantíssimo intitulado "Bolas de sabão: preparação, estrutura e propriedades", da autoria de Mário Nuno Berberan e Santos e Clementina Teixeira, do IST, com receitas para a preparação e rubricas como "para soprar e fazer bolas pequenas e médias" ou "para fazer tubos e bolas gigantes" e também com breves historiais da bola de sabão… antes e depois do Euro, referências a forças intermoleculares, tensões superficiais de líquidos, caracterizações químicas dos agentes tensioactivos, análises da estrutura e propriedades (de Newton à modernidade), referência a um outro quadro que nunca vi, de Mignard (1674), em Versailles, explicação da formação das cores, incidência e refracção das ondas de luz, equações algébricas, etc., etc…, tudo o que, sem o saber, como acontecia com a prosa de Monsieur Jourdain, nós provocávamos quando em pequenos fazíamos bolas de sabão. Mas não se pense que esta análise científica mais dura perturba o sentimento de divagação poética dos autores. Logo na primeira página se lê esta bela epígrafe também com o seu toque de Proust: "Bola de sabão, memória indelével da infância. Efémera esfera furta-cores feita de coisa nenhuma. Soprada para o ar, abandona-se à brisa e às correntes. Ao menor toque, ou por puro capricho, desfaz-se silenciosa em ínfimos salpicos."

    Mas porque é que eu me terei agora posto para aqui com estes devaneios, reminiscências, divagações, buscas do tempo perdido? Pensei, pensei, e acabei por perceber que tudo isto me veio à cabeça a propósito dos sucessivos anúncios pelo Governo de catadupas de medidas que nos vão, finalmente, tirar da cepa torta.

    Estão a ser alegremente lançadas para o ar, não às dúzias e dúzias, mas às grosas e grosas, essas bolhinhas governamentais, transparentes e vazias, "claras, inúteis e passageiras", como dizia o Caeiro, que "são translucidamente uma filosofia toda".

    O Governo aprendeu a fazer bolas de sabão.

    No Diário de Notícias de 29/Março/06

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  12. Quando se perde tanto tempo a criticar é positivo.Aqueles a quem se dirigem as medidas são os melhores críticos. Eles vão ter oportunidade de se pronunciar em devido tempo e são estes que mandam. Comparar Sócrates com Santana Lopes, diz-se na minha terra, que é o mesmo que comparar os fundilhos das calças com a feira das Galveias.

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  13. Bom dia. Um anónimo é algém que não dá a cara, que se esconde por detrás de uma máscara, é como um eleitor que se abstém no momento de escolher os seus representantes. Ora pergunto, que valor tem as opiniões, os comentários de quem assim age? Ainda posso perceber que se use esse subterfúgio quando se pode ser alvo de persseguição, de represálias, qdo se vive numa ditadura, agora numa democracia, usar o anonimato é negar tudo o que se diz pois quem o faz tem medo de dar a cara para assumir as afirmações que produz e como tal não dev ser tido em conta, deve ser ignorado, o que diz não existe, em suma, é anónimo=a nulo!!!
    Luís Machado

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