quarta-feira, dezembro 2

Crise

Vivemos uma época onde tudo tem a assinatura da crise. Tudo se começa a colocar em causa. Nunca se ouviu falar em tanta crise. A esperança é já de não se alargar a crise. Mas ela já conseguiu invadir os alicerces da maioria das famílias portuguesas.
Os governos e os governantes não ficam imunes. A crise invadiu o modelo económico e financeiro. Já chegou ao sistema bancário e às bolsas. Mas atenção, estas bolsas atingidas são as nossas! Penetrou no AMOR. Apesar ainda do amor se escrever com as mesmas quatro letras, ele não é oriundo da mesma raiz que lhe deu origem. Talvez por isso nenhuma Companhia de Seguros se aventuraria a tomar conta deste negócio! Já a amizade caminha a passos largos para se converter, ou não esteja já transformada numa palavra vã. Entrou na crise.
Passa-se o mesmo na Justiça que não merece o crédito das pessoas. Em tempos foi equiparada á paz que a própria Justiça legitimava.
Estão a milhas da Luz (pelo menos a apregoada luz ao fundo do túnel) as realizações das cansadas e velhinhas promessas feitas pelos governantes. Muitos deles em vez de governarem, governam-se. Começa a constar que a honradez tirou passaporte para parte incerta.
Não foge á crise a igreja católica. Cada dia que passa perde crédito nos seus fundamentos. Servindo-se da religião, muitos dos seus guardiões são responsáveis por actos condenáveis. Desde o encobrimento de conhecidos e antigos abusos sexuais, como o da cobertura a depósito de armas. Armas essas de fogo e morte em vez das armas da fé. Misturam religião com política. Usam o poder da mística da fé para fazerem propaganda eleitoral em defesa dos detentores de determinado poder político, desde que este coincida com o poder monopolista económico da igreja! Assim vão minando, num crescente descrédito, a fé dos fieis e afastando-os da igreja. Muitos deles já confundem religião com comércio. Não só por tudo ser pago desde o Baptizado até ao dia quando baixamos à terra. A igreja além de várias facilidades, tem ajudas dos governos, autarquias, enquanto ela dispõe de um património com uma riqueza incomensurável.
Chegamos a uma situação de não ser já possível tentar esconder a crise, que anda por aí. ( Também Santana Lopes disse um dia que iria andando por aí...). A crise já não anda só por aí. Resolveu instalar-se por cá e por aí. Não a devemos ignorar. Numa época onde o aldrabão, o que rouba milhões, o profissional da vigarice são pessoas distintas e têm toda a protecção ao seu alcance e ao seu bom nome. Será isto o produto de algum vírus? Andam por aí vários vírus. É nas gripes, nos hospitais, nos computadores... Talvez por isso anda tudo VIRADO!
Está instalada uma pandemia de falsidade infecciosa, arrogante, perseguindo todos aqueles resistentes que não querem ser marionetes desta sociedade VIRADA, em CRISE.
Só um milagre poderá alterar esta situação? Os milagres foram inventados, em certas alturas, por darem um grande jeito... A crise de agora não está nas boas graças para os “milagres”? Ou ainda não terá chegado a sua hora?
Não tenhamos dúvidas que estamos confrontados e a viver uma muito grande crise!


A. A.

8 comentários:

  1. No início da década 30 ,antes da Grande depressão de 1929, vivêmos em Portugal uma crise
    que alguns assemelham à crise actual.
    Os portugueses deixaram de acreditar na democracia e nos partidos do poder. Chegados a este ponto a situação encarregou-se de arranjar um salvador da Pátria, com a ajuda da parte mais conservadora da sociedade e a colaboração das armas, cujos detentores eram os únicos que possuiam condições para desferir o golpe fatal na confusão instalada e propiciar a criação de um regime NOVO.
    Sobre a história do Estado Novo, que passados cerca de 50 anos ainda assim era designado, sabe-se que sempre esteve apoiado nas baionetas (Ler a este propósito o que Miguel Torga escreveu no seu Diário no dia 25/4/1974) até à data em que, incapazes de resolver pelas armas uma situação politica complexa, se colocaram do lado onde durante quase 5 décadas nunca estiveram e repuseram a democracia que haviam derrubado em 1926.Esperemos que a história não se repita.

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  2. Esperemos realmente que não...
    Mas, meus senhores e minhas senhoras, na minha opinião a real crise que vivemos é uma crise de valores, onde tudo se quer fácil e rápido, onde se perdeu o respeito pelo próximo e muitas vezes pelo próprio ser humano, onde prevalece o egoísmo, onde se premeia o bem falante em detrimento do fazedor, onde a aparência prevalece sobre a realidade...
    É por isso que, em minha opinião, o problema do nosso país vai muito para além de qualquer teoria económica. Julgo que estamos perante um problema de dimensão superior...de nível cultural mesmo e que está enraizado nas nossas sociedades. No entanto acredito que iremos conseguir ultrapassá-lo...mas ninguém tenha dúvidas que todos temos que dar o nosso contributo para tornar a nossa vida melhor.
    Naturalmente quem governa tem aí uma responsabilidade acrescida!
    Miguel

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  3. Nós vivemos mais que uma crise de valores. È mais uma crise de dignidade. Já não se pode confiar nem no que tinhamos como certo.
    Estou a ouvir o ministro da justiça Alberto Martins, um homem tido como sério e as suas palavras soam-me a falso.

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  4. A Face Oculta vai dar-nos Prenda de Natal.
    O advogado de Armando Vara deu a conhecer atravez de meios de comunicação social que depois do dia 8, feriado, iria apresentar pedido, ou recurso para leventamento do segredo de justiça. Boa.
    É uma prenda antecipada que chega muito atrazada. Em tempos, quando começaram a ser conhecidas as divulgações dos telefonemas nos Orgãos de Comunicação Social, deveria ou não o poderia ter sido feito esse recurso?
    Vamos ver a prenda que o Menino Jesus, ou o Pai Natal por aí nos traz.
    A.A.

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  5. Quando Alberto Martins em nome da Academia de Coimbra de que era Presidente pede em l969 a palavra a Sua Excelência O Cabeça de Abóbora durante uma cerimónia e foi em seguida expulso de todas as Universidades Portuguesas, as palavras que dirigiu ao Supremo
    Magistrado da Nação teriam soado a falso? Estou
    baralhado! Não haverá agora nada a soar a falso?

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  6. Pragmatismo é tomar posição contra a ditadura que governava na altura?
    As posições políticas tomadas por Alberto Martins antes e depois do 25 de Abril não são de um troca-tintas ou e democrata de 26/4.

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