O torriense Carlos Godinho tem sido um dos jogadores mais em foco no nacional da primeira divisão. Em entrevista ao Mundo do Hóquei, o jogador revela-se feliz a jogar em Torres Vedras, enaltecendo igualmente a camaradagem do grupo de trabalho.
28/01/2010 Pedro Caldas (Foto: Jornal "Frente Oeste")
Carlos Godinho atravessa uma das suas melhores épocas da carreira. O capitão da Física está a actuar no nacional da primeira divisão pela quinta vez na sua carreira, e revela algumas ideias que tem acerca do clube, do treinador e da actual equipa.
Por fim, aborda a próxima partida dos torrienses, que será em casa, frente ao Futebol Clube do Porto.
Mundo do Hóquei - No início da época já perspectivavas uma posição tão avançada na tabela classificativa?
Carlos Godinho - Perspectivava uma boa classificação, tendo em conta a equipa que viríamos a ter. Honestamente não pensei que nesta altura estaríamos em quarto lugar. Mas esta classificação é fruto do nosso trabalho diário e só podemos estar orgulhosos de nós próprios. No entanto, ainda temos um longo percurso pela frente e temos que ter os pés bem assentes no chão, pensar jogo a jogo e trabalhar para tentarmos amealhar mais três pontos a cada fim de semana.
MH - Sendo a tua terceira época consecutiva na Física, encontras diferenças a nível estrutural e organizativo no clube que diferencie a vossa prestação nesta temporada em relação aos anos anteriores?
CG - A Física é um grande clube. Sempre foi e sempre será. Tem condições que muito poucos têm. Não acho que esteja diferente a nível estrutural nem organizativo. Está sim, bem diferente, na mentalidade, no que respeita ao Hóquei em Patins. Temos a sorte de ter o Vítor Fortunato connosco, ele incute-nos um espírito ganhador e acho que essa mentalidade não existia anteriormente. Temos o devido respeito por todas as equipas do campeonato, estejam elas o no primeiro ou no último posto, mas se nos quiserem ganhar têm que suar e bem, se quiserem tentar ser melhores que nós nos cinquenta minutos. É assim que abordamos os jogos, jornada a jornada.
MH - São a quarta melhor defesa do campeonato, consideras a vossa melhor arma?
CG - Sem dúvida que uma boa defesa é meio caminho para um bom campeonato. Sim, nós temos isso, defendemos bastante bem, mas não só. Temos um grupo fantástico, muito coeso, equilibrado, que nos permite fazer treinos que se assemelham muitas vezes a jogos e isso dá-nos muita bagagem. Treinamos diariamente como os melhores. A nossa melhor arma é, a meu ver, a junção de todos estes aspectos.
MH - Que posição esperas alcançar esta época?
CG - Gostaria de ficar o mais acima possível.
(Foto: Jornal "Frente Oeste")
MH - Como avalias o comportamento e a adesão do público torriense em função dos resultados obtidos?
CG - No ano passado existiram muitos jogos com o pavilhão praticamente vazio, apenas no final da época se modificou. Este ano começou da mesma forma. No entanto, com os bons resultados, o público torriense começou a aderir e agora temos tido boas "casas". Espero que melhore ainda mais, e para o próximo jogo gostava de ver o pavilhão da Física completamente lotado, não para ver o Porto, mas para torcerem pela Física.
MH - Tens tido uma prestação brilhante ate ao momento nesta época, pensas que a Física é o clube ideal para actuares na primeira divisão?
CG - A Física é o clube ideal, sem dúvida. Como já disse temos um grupo fantástico e gosto de cá jogar. Foi onde aprendi a patinar (aos três anos de idade) e dá gosto agora poder retribuir juntamente com a equipa, alcançando bons resultados.
MH – Campeonatos internacionais, estão fora de hipótese para os próximos anos?
CG - Estão...
MH - O facto de estares a fazer uma grande época no clube onde "nasceste" tem um sabor especial?
CG - Claro que sim...costumo ver os mais novos a treinar e traz-me boas recordações. É motivo de orgulho poder estar a jogar ao mais alto nível no clube onde "nasci".
MH - Sendo uma equipa que conta com sete jogadores formados em Torres Vedras, influencia a camaradagem do grupo?
CG - A "malta de Torres" como costumamos dizer é cinco estrelas e os "estrangeiros" que vieram integraram-se lindamente. São todos impecáveis e, desta forma, conseguimos construir um espírito invejável no seio do grupo.
(foto: arquivo)
MH – Segue-se na próxima jornada o Futebol Clube do Porto. Sendo a única equipa a par do Benfica que ainda não perdeu esta época, uma Física igual às partidas mais recentes poderá quebrar o enguiço?
CG - (risos). Vamos encarar esse jogo como sendo mais um, respeitando o adversário. Vamos tentar alcançar os três pontos, mas sabemos que temos do outro lado o actual Campeão Nacional, recheado de bons jogadores. Trabalhámos durante a semana no sentido de discutir o resultado no próximo Sábado. Depois durante o jogo logo se vê, sabendo sempre que vamos dar tudo por tudo como temos vindo a fazer para sair de cabeça erguida do jogo. Conscientes que dentro de ringue demos o melhor, e se possível juntar mais alguns pontos.
MH - Como classificas o tipo de jogo do Futebol Clube do Porto?
CG - É um tipo de jogo próprio para artistas. Não têm grandes movimentações. Vivem à base do poderio individual de cada um. E depois tem um dos melhores guarda-redes do mundo a tapar a baliza. É uma equipa muito forte ofensivamente e que despreza um bocado a defesa porque cofiam na capacidade do Edo Bosch.
MH - A nivel tactico, jogar com o Porto é diferente do que jogar com o Benfica?
CG - Totalmente diferente. O Benfica é uma equipa muito mais organizada (não quer dizer que seja melhor). Tem um sistema de jogo padrão quer ofensiva quer defensivamente, ao contrário do porto. Acho que jogar contra o Benfica é jogar contra um grupo muito forte enquanto jogar contra o porto é enfrentar individualidades de nível elevadíssimo.
MH - Qual dos dois é mais forte para ti?
CG - Actualmente o Futebol Clube do Porto, sem dúvida.
Esta entrevista foi realizada no âmbito de uma parceria entre o "Mundo do Hóquei" e o Jornal "Frente Oeste", de Torres Vedras.
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