Acabei de ler “Todos os Nomes” de José Saramago. É estranho que com este título, só um nome seja referido o Sr José. Eu chamaria ao Conservador, Sr João; cá por coisas…
O Sr José é uma pessoa muito comum nos tempos que correm. Alguém que à falta de uma vida própria, vive a dos outros. Coleccionar a vida de pessoas famosas, ou segui-la, é o que faz muita gente que apesar das dificuldade económicas, não deixa de comprar a Holla e a Caras.
O facto de ser um bispo a “Vida de Pessoas Famosas” mais importante que ele segue, também é sintomático. O autor, ateu convicto, quis fazer o Sr José religioso. Uma maneira de lhe apoucar a vida. O facto de haver resposta, e sempre a mesma, para todas as nossas perguntas, limita os sonhos, cerceia a imaginação.
O facto de o “tecto” funcionar como consciência, está bem conseguido. Pelas conclusões a que chega o outro “eu” do agente da história, mostra que ele podia bem ser outra pessoa, noutras circunstâncias.
Será que a senhora que o olha longamente no autocarro, era a professora de matemática a pedir que deixasse de a procurar? Fiquei com essa impressão depois das falas do Pastor no Cemitério Central. “Alguém que se suicida, não quer ser encontrado”, de contrário deixava-se estar vivo. Meritório o acto de trocar os números das sepulturas.
Gostava que o Sr José tivesse continuado uma amizade de Xá e bolachas com a Senhora do Rés de Chão Direito. Mas o destino dele é ficar só, a misturar a vida dos vivos e dos mortos nas noites escuras da Conservatória.
Comecei a ler A Jangada de Pedra.
O Sr José é uma pessoa muito comum nos tempos que correm. Alguém que à falta de uma vida própria, vive a dos outros. Coleccionar a vida de pessoas famosas, ou segui-la, é o que faz muita gente que apesar das dificuldade económicas, não deixa de comprar a Holla e a Caras.
O facto de ser um bispo a “Vida de Pessoas Famosas” mais importante que ele segue, também é sintomático. O autor, ateu convicto, quis fazer o Sr José religioso. Uma maneira de lhe apoucar a vida. O facto de haver resposta, e sempre a mesma, para todas as nossas perguntas, limita os sonhos, cerceia a imaginação.
O facto de o “tecto” funcionar como consciência, está bem conseguido. Pelas conclusões a que chega o outro “eu” do agente da história, mostra que ele podia bem ser outra pessoa, noutras circunstâncias.
Será que a senhora que o olha longamente no autocarro, era a professora de matemática a pedir que deixasse de a procurar? Fiquei com essa impressão depois das falas do Pastor no Cemitério Central. “Alguém que se suicida, não quer ser encontrado”, de contrário deixava-se estar vivo. Meritório o acto de trocar os números das sepulturas.
Gostava que o Sr José tivesse continuado uma amizade de Xá e bolachas com a Senhora do Rés de Chão Direito. Mas o destino dele é ficar só, a misturar a vida dos vivos e dos mortos nas noites escuras da Conservatória.
Comecei a ler A Jangada de Pedra.
:)
ResponderEliminarLídia